Pessoas fazem fila em frente a uma loja Mixue em Sydney, Austrália. (Foto: Xinhua)
Em um movimentado sal?o de exposi??es em Chengdu, província de Sichuan, sudoeste da China, Gregory Cattin, um veterano da indústria de bebidas francesa, saboreou uma xícara de oolong com aroma de osmanthus, com uma express?o que passou da curiosidade ao deleite.
"Isso n?o é apenas chá; é uma evolu??o", afirmou ele. Tendo percorrido mercados globais por mais de três décadas, Cattin está agora entre os inúmeros compradores internacionais cativados por uma nova onda da cultura do chá chinês.
Ele viajou de Hong Kong a Chengdu para participar da 112a Feira de Alimentos e Bebidas da China, realizada no final de mar?o. "Vim especificamente para procurar boas marcas e produtos, na esperan?a de estabelecer parcerias e trazer produtos de alta qualidade para o exterior", disse ele.
Do cremoso chá de bolhas com a?úcar preto, feito sob medida para o mercado do Sudeste Asiático, às infus?es de frutas sem a?úcar que atraem paladares europeus, as marcas chinesas de chá est?o redefinindo as tendências globais de bebidas. Antes confinado a cerim?nias tradicionais, o chá chinês agora é uma tela para a inova??o, combinando uma heran?a milenar com um toque cosmopolita.
A jornada de Cattin reflete uma mudan?a mais ampla. à medida que redes chinesas se expandem globalmente, como a ChaPanda em Melbourne, Kuala Lumpur e Barcelona, e a HEYTEA em Londres, Melbourne e Nova York, elas n?o est?o apenas vendendo bebidas — elas est?o moldando conversas culturais por meio de experiências modernas com chá.
A ChaPanda vendeu mais de 140.000 xícaras de sua cobi?ada bebida "Yangzhiganlu" (manga, pomelo e sagu) no exterior, enquanto as lojas Grass Jelly & Tea no mercado norte-americano viram sua receita diária atingir mais de 50.000 yuans (cerca de 7.000 dólares americanos).
A chave está na inova??o hiperlocalizada. Em Barcelona, o chá matcha com leite perolado e a?úcar mascavo da ChaPanda se tornou um sucesso instantaneo, enquanto em Kuala Lumpur, os ricos sabores leitosos atendem às preferências locais.
"Trata-se de honrar os sabores regionais, mantendo a nossa alma chinesa", disse Wang Huan, chefe das opera??es globais da ChaPanda.
Nos bastidores, redes logísticas robustas impulsionam essa expans?o. Marcas como Grass Jelly & Tea estabeleceram centros internacionais no Vietn? e na Indonésia, integrando o fornecimento local com a entrega internacional de ingredientes essenciais — um modelo híbrido que garante frescor e autenticidade.
A revolu??o vai além das papilas gustativas. A loja New York Lab da HEYTEA combina paredes de bambu com espa?os de medita??o, transformando lojas em pop-ups culturais. Bebidas de edi??o limitada envoltas em temas da ópera de Pequim ou inspiradas em antigas lendas chinesas transformam cada pedido numa sess?o de conta??o de histórias.
Até mesmo os formatos das lojas se adaptam filosoficamente: a espa?osa loja da ChaPanda em Seul, espelhando a cultura do "terceiro espa?o" da República da Coreia, convida os clientes a permanecerem ali — um contraste deliberado com as normas de "pegar e levar".
Enquanto Cattin negociava parcerias para levar essas misturas para a Europa, ele refletia que "a China n?o apenas inventou o chá; ela o reinventou para o mundo".
Com o mercado global de chás de novo estilo ultrapassando 350 bilh?es de yuans, um aumento de 6,4% em rela??o ao ano anterior, e as marcas expandindo sua presen?a no exterior, os sinais de mudan?a est?o se espalhando pelo mundo todo. Das confeitarias parisienses aos mercados de rua de Bangkok, a antiga arte do chá chinês apura cada vez mais seu sabor.