Durante o Fórum Hong Ting, realizada na sexta-feira na cidade de S?o Paulo, no sudeste do Brasil, acadêmicos, líderes empresariais, autoridades governamentais e diplomatas destacaram a importancia de fortalecer as rela??es entre Brasil e China e a necessidade de aumentar a coopera??o no Sul Global.
O embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, destacou os frutos da coopera??o entre as duas na??es, que, como membros-chave do Sul Global, "representam for?as estáveis e construtivas para a paz mundial e o desenvolvimento compartilhado".
"A coopera??o estratégica entre os dois países tem demonstrado valor crescente. Atualmente, China e Brasil est?o implementando ativamente o consenso alcan?ado por ambos chefes de Estado, promovendo a integra??o da Iniciativa Cintur?o e Rota da China com a série de planos estratégicos de reindustrializa??o do Brasil", afirmou.
"O Sul Global está emergindo com uma for?a poderosa", enfatizou o diplomata chinês, explicando que atualmente, "mudan?as globais nunca vistas em um século est?o se acelerando, enquanto a situa??o internacional é caracterizada por uma combina??o de turbulência e transforma??o".
O evento foi organizado pela Agência de Notícias Xinhua da China e pelo Centro USP-China e teve como tema "Constru??o da Comunidade de Futuro Compartilhado Brasil-China na Nova Era, por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável".
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inova??o do Brasil, Luciana Santos, destacou as iniciativas do governo Luiz Inácio Lula da Silva para reindustrializar o Brasil, a maior economia da América Latina, como parte de um modelo de desenvolvimento atrelado à tecnologia.
"A soberania das na??es está diretamente relacionada ao domínio tecnológico. Portanto, tra?ar estratégias de desenvolvimento é fundamental para um país como o Brasil, que tem abundancia de recursos naturais, capacidade instalada e capital de inteligência humana forte e capaz", afirmou.
A ministra enfatizou que "a China tem sido uma parceira essencial e de destaque no apoio às agendas propostas pelo Brasil nesses importantes fóruns multilaterais e na coopera??o bilateral em Ciência, Tecnologia e Inova??o".
Ela sustentou que o Brasil e a China "s?o os dois maiores países em desenvolvimento nos hemisférios ocidental e oriental, e as rela??es diplomáticas sino-brasileiras têm 50 anos de história inspiradora e um potencial de colabora??o ainda a ser explorado".
"Os dois países contam com um mecanismo de coordena??o bilateral amplo e eficiente, que ultrapassam eventuais barreiras culturais e a longa distancia geográfica", enfatizou.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009.
O c?nsul-geral da China em S?o Paulo, Yu Peng, revisou a agenda bilateral e os avan?os atuais nas rela??es sino-brasileiras.
"China e Brasil, como importantes países do mundo e representantes do Sul Global, sempre mantiveram seu compromisso com a equidade e a justi?a, bem como sua firmeza estratégica, contribuindo ativamente para a paz, a estabilidade e o desenvolvimento globais. Como membros importantes do mecanismo BRICS, ambos os países compartilham responsabilidades em quest?es como seguran?a alimentar, transi??o energética e aprimoramento da governan?a global", observou.
Para o diplomata, projetos conjuntos como a linha de transmiss?o de ultra-alta tens?o de Belo Monte e o laboratório de biocombustíveis est?o oferecendo solu??es sustentáveis para o mundo.
"Aprofundar a conex?o entre nossas estratégias de desenvolvimento e a coopera??o em infraestrutura verde, agricultura inteligente, aeroespacial e outros setores tem grande potencial e perspectivas promissoras", enfatizou.
O coordenador do Centro USP-China, professor Ricardo Trindade, descreveu o nível de excelência da Universidade de S?o Paulo como líder em produ??o de conhecimento e iniciativas de coopera??o acadêmica.
O acadêmico destacou a assinatura de uma Carta de Inten??es entre o Centro China-USP e a Xinhua para colaborar na "amplia??o das vozes do Sul Global, promovendo a troca de informa??es científicas e culturais e contribuindo para uma informa??o global mais equilibrada e representativa".
A China é uma parceira estratégica do Brasil e também um "ator central" no cenário global de ciência, tecnologia e inova??o, disse Trindade.
"China e Brasil também compartilham valores fundamentais, como o multilateralismo, o respeito à autodetermina??o dos povos e a busca por solu??es conjuntas para os grandes desafios da humanidade. Na ciência, a China tem demonstrado um desenvolvimento impressionante nos últimos anos, superando outras potências mundiais em diversas áreas do conhecimento", completou.