O vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, destacou nesta quarta-feira a importancia estratégica do setor do milho para a economia brasileira e celebrou a recente abertura do mercado chinês para os derivados do etanol de milho.

Alckmin participou nesta quarta-feira da abertura do 3o Congresso Brasileiro do Milho (Abramilho) em Brasília, um evento que reúne mais de 400 representantes do agronegócio brasileiro, incluindo produtores rurais, pesquisadores, empresários e jornalistas, para debater inova??o, sustentabilidade e os desafios do milho brasileiro no contexto global.

Durante seu discurso, Alckmin ressaltou os acordos assinados na véspera entre os governos do Brasil e da China, os quais abrem o mercado chinês aos subprodutos da indústria do etanol de milho, conhecidos como DDG (gr?os secos de destilaria) e DDGs (gr?os secos de destilaria com solúveis), usados na alimenta??o animal.

“é uma excelente notícia. A abertura do mercado chinês ao DDG é extremamente relevante. O etanol de milho está crescendo significativamente no Brasil. A partir do amido, produz-se o etanol, e o que sobra é óleo, fibra e, especialmente, proteína — que é o DDG, agora também disponível para exporta??o”, explicou Alckmin.

Os acordos bilaterais também autorizaram a exporta??o de carne de pato, carne de peru, miúdos de frango (cora??o, fígado e moela) e farinha de amendoim. Com essas novas autoriza??es, o Brasil alcan?a, em 2025, sua 62a abertura de mercado desde 2023, totalizando 362 novas oportunidades comerciais.

Alckmin também apontou que o crescimento do agronegócio brasileiro exige melhorias urgentes em infraestrutura logística e de armazenamento. Ele destacou a importancia estratégica do Arco Norte para o escoamento das exporta??es, com ênfase nos portos de Miritituba, no rio Tapajós, e de Itaqui.

“Somos o quinto país em extens?o territorial do mundo. O Brasil é um continente, ent?o precisamos de logística (...) Precisamos melhorar o acesso aos portos. Ferrovias, rodovias e integra??o multimodal s?o fundamentais”, pontuou.

O vice-presidente em exercício lembrou que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Ele enfatizou que o cereal é essencial tanto para a seguran?a alimentar quanto para a produ??o de energia e a sustentabilidade.

O milho é um alimento alcalinizante e perfeito para a nutri??o humana e animal, além de gerar bioeletricidade por cogera??o e etanol, contribuindo assim para o combate às mudan?as climáticas por meio de créditos de carbono, afirmou Alckmin.

Ele também destacou que o Brasil tem um papel de protagonismo nos principais temas da agenda internacional: seguran?a alimentar, seguran?a energética e combate às mudan?as climáticas.

Alckmin disse que o país sul-americano possui a maior floresta tropical do mundo, a Amaz?nia, e está comprometido com sua preserva??o.

“Fomos o segundo país a apresentar suas Contribui??es Nacionalmente Determinadas (NDC) para a COP29, em Baku, no Azerbaij?o. S?o metas ambiciosas, mas realistas”, declarou.

Sob o lema “Milho: o gr?o que revoluciona o mundo”, o congresso da Abramilho é dividido em cinco painéis que analisam os impactos da geopolítica, as exigências ambientais e comerciais, as tarifas internacionais e as inova??es sustentáveis no cultivo do milho.