Quase todas as manh?s em Panjin, cidade na província de Liaoning, no nordeste da China, Yang Yonghua, de 68 anos, caminha até um centro de cuidados para idosos acompanhado de seu filho, dono de uma churrascaria local. Nesse centro, ele socializa, faz artesanato, compartilha refei??es e faz terapia com amigos.
Este é o modelo chinês em expans?o de cuidados diurnos para idosos, uma solu??o híbrida que une o atendimento domiciliar e asilos em tempo integral.
Apelidados de "jardins de infancia para idosos", esses centros oferecem uma programa??o estruturada — café da manh?, atividades, almo?o, cochilos, terapia à tarde, jantar e descanso à noite, tudo antes do retorno das famílias para os ir buscar.
"é mais interessante do que estar em casa", disse Yang, refletindo o sentimento de muitos idosos que encontram uma alegria inesperada nessa nova rotina. Seu filho, que enfrentava turnos noturnos no restaurante, encontrou alívio imediato após o início das opera??es do centro no ver?o de 2023.
Essa mudan?a no atendimento a idosos está sendo impulsionada tanto por uma necessidade urgente quanto por uma política nacional. A popula??o chinesa com 60 anos ou mais ultrapassou 310 milh?es no final de 2024, representando 22% dos seus cidad?os, de acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas. Reconhecendo que muitos idosos têm la?os profundos com suas comunidades e famílias, as autoridades est?o promovendo solu??es baseadas em bairros.
O Ministério de Assuntos Civis tornou obrigatório o funcionamento de centros diurnos comunitários que ofere?am cuidados diários, refei??es, auxílio para higiene, resposta a emergências e companhia. Os governos locais adaptaram essas exigências a servi?os concretos – assistência para banho, acompanhamento médico e limpeza.
No distrito de Seni, em Nagqu, na Regi?o Aut?noma de Xizang, no sudoeste da China, os idosos pagam apenas 20 yuans (cerca de US$ 2,78) por dia para almo?o e jantar e mais de uma dúzia de servi?os que v?o de mahjong a terapia, enquanto a Regi?o Aut?noma de Ningxia Hui, no noroeste da China, busca atingir 90% de cobertura dessas instala??es este ano.
A cidade de Hengshui, na província de Hebei, no norte da China, integrou empresas e recursos comunitários no lan?amento de 22 centros modelo que combinam estadias de longa dura??o, creches, entretenimento e refei??es para idosos.
O impacto dessas iniciativas repercute profundamente em famílias como a de Li Shihua, de 88 anos, que sofre de demência. Frequentando uma creche especializada em cuidados cognitivos em Dalian, no nordeste da China, sua saúde tem melhorado constantemente, de acordo com sua família.
O monitoramento estruturado e o gerenciamento de medicamentos trazem ordem e vitalidade aos residentes desta institui??o, aliviando significativamente a tens?o entre cuidadores e familiares.
Notavelmente, as inova??es continuam a se desenvolver. Cidades como Beijing e Guangzhou, no sul da China, est?o testando espa?os de "co-cuidado", que unem creches e cuidados com idosos, com o apoio de locais públicos gratuitos e servi?os públicos subsidiados.
Sustentando essa expans?o está o impulso para o estabelecimento de padr?es. As autoridades divulgaram 51 referências nacionais ou setoriais que abrangem seguran?a, qualidade e classifica??es de instala??es — além de mais de uma centena de padr?es locais.
Os especialistas acreditam que, para pessoas que convivem entre trabalho e deveres familiares, esses refúgios diurnos s?o mais do que uma conveniência. Em vez disso, est?o se tornando elementos indispensáveis da vida familiar, oferecendo comunidade e cuidado onde mais importa — perto de casa.