O governo brasileiro, que preside o BRICS este ano, defendeu nesta quarta-feira o fortalecimento institucional do bloco multilateral, em meio à crescente expans?o e com a expectativa de que a próxima cúpula de líderes do grupo, marcada para 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, represente um "ponto de inflex?o e ambi??o renovada" para o grupo de países emergentes.
Em discurso no 11o Fórum Parlamentar do BRICS, realizado no Congresso Nacional Brasileiro, o presidente em exercício, vice-presidente Geraldo Alckmin, destacou a necessidade de maior coes?o e eficácia no funcionamento do BRICS após sua recente expans?o.
"A amplia??o do grupo exige mais coes?o e efetividade. Os desafios que enfrentamos, da saúde global à transi??o verde, do avan?o tecnológico à seguran?a internacional, s?o complexos e interconectados. Nenhum país pode enfrentá-los sozinho. Por isso, o papel dos nossos parlamentos é decisivo", destacou.
Alckmin também destacou a diversidade cultural, histórica e do modelo de desenvolvimento dos países-membros como um ponto forte do grupo. "Isso é uma riqueza, n?o um obstáculo. O verdadeiro progresso vem da nossa capacidade de construir sobre o que nos une e n?o sobre o que nos separa", observou.
Representando o Ministério das Rela??es Exteriores, a secretária-geral do Itamaraty, a embaixadora Maria Laura da Rocha, destacou o empenho do governo à frente da presidência do BRICS em 2025, lembrando que, até o final de maio, foram realizadas 160 reuni?es oficiais.
"Esse volume expressivo de atividades demonstra o grau de comprometimento do Brasil com uma presidência que seja substantiva, representativa e propositiva. Estamos agora a apenas quatro semanas da Cúpula de Líderes, que ocorrerá no Rio de Janeiro entre os dias 6 e 7 de julho. E seguimos trabalhando com dedica??o e diligência para garantir que essa cúpula represente um momento de inflex?o e ambi??o renovada", afirmou a embaixadora.
Um dos pilares estratégicos do BRICS sob a lideran?a brasileira é a reforma das organiza??es internacionais para garantir maior representatividade dos países da áfrica, ásia e América Latina, promovendo um multilateralismo mais inclusivo nas rela??es internacionais. Isso inclui o fortalecimento das institui??es globais que permitem o desenvolvimento de solu??es coletivas para os problemas compartilhados do mundo, em oposi??o a a??es unilaterais ou bilaterais.
O grupo também defende o aumento do comércio entre os países do Sul Global por meio do uso de moedas locais, bem como o estabelecimento de acordos de coopera??o visando o desenvolvimento econ?mico compartilhado e sustentável.
Inicialmente composto por Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul, o BRICS passou por uma expans?o significativa. Em 2024, o bloco integrou formalmente cinco novos membros permanentes: Ir?, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados árabes Unidos. A Indonésia também foi adicionada como membro pleno em 2025.
Além disso, a categoria de países parceiros do BRICS foi inaugurada este ano, com a adi??o de nove na??es: Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquist?o, Malásia, Nigéria, Tailandia, Uganda e Uzbequist?o.