O Comando Operacional Conjunto do Redentor (COC Redentor) apresentou nesta quarta-feira os arranjos de seguran?a que ser?o implementados durante a 17a Cúpula do BRICS, programada para 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro.
O plano, coordenado pela Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e For?a Aérea Brasileira, replica o modelo utilizado com sucesso na Cúpula do G20, realizada em novembro de 2024, também no Rio de Janeiro.
"Usaremos o mesmo planejamento e as mesmas equipes do G20; apenas fizemos pequenos ajustes porque a estratégia funcionou", explicou à imprensa o General de Brigada Lucio Alves de Souza, assessor especial do COC Redentor.
O contingente militar contará com 361 viaturas, 147 motocicletas, 68 unidades de apoio sobre rodas, 38 veículos blindados, 10 navios, 9 embarca??es menores, 8 helicópteros, 3 radares e 6 sistemas antidrones, segundo o comando.
Entre as novidades está o emprego, pela primeira vez desde os Jogos Olímpicos de 2016, de aeronaves equipadas com mísseis ar-ar. O Coronel André Gustavo Fernandes Pe?anha, chefe da Subdivis?o de Opera??es do Departamento de Controle do Espa?o Aéreo, enfatizou que as armas "ampliam as op??es de resposta da autoridade aeronáutica e fortalecem a prote??o do espa?o aéreo durante o evento".
Os sistemas antidrones, já testados na Cúpula de Líderes do G20, ser?o capazes de neutralizar tentativas de intrus?o mesmo quando os dispositivos operam em constela??o. "A potência é tal que pode interferir simultaneamente em todos os drones hostis e até mesmo afetar sinais de celulares e radionavega??o, se necessário", afirmou Souza.
As For?as Armadas, em conjunto com as polícias federal, militar e civil, garantir?o a seguran?a dos traslados do Aeroporto Internacional Tom Jobim Gale?o para os hotéis e, de lá, para os locais da cúpula, bem como o embarque das delega??es após o término das sess?es.
A opera??o inclui a prote??o de infraestrutura crítica, defesa cibernética e resposta a incidentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares. A Marinha monitorará as áreas marítimas e costeiras, com o apoio de Veículos Lagarto Anfíbios, veículos blindados capazes de operar tanto em terra quanto na água para possíveis evacua??es.
Souza descartou a possibilidade de a cúpula do BRICS ser mais arriscada do que as reuni?es anteriores. "Todos os eventos est?o sujeitos ao mesmo nível de exigência; um único erro pode comprometer meses de planejamento, por isso assumimos a mesma responsabilidade em cada ocasi?o", afirmou.
Paralelamente, a Polícia Federal iniciou hoje inspe??es exaustivas nos veículos oficiais que transportar?o chefes de Estado, ministros e delega??es. Equipes especializadas, apoiadas por c?es farejadores, buscam identificar e neutralizar quaisquer potenciais amea?as. A Polícia Federal também inspecionará os prédios onde ocorrer?o as atividades da cúpula e os hotéis que receber?o os participantes.
A 17a Reuni?o de Cúpula reunirá os 11 membros permanentes do bloco -- Brasil, Rússia, índia, China, áfrica do Sul, Ir?, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados árabes Unidos e Indonésia, além de seus parceiros de diálogo: Belarus, Bolívia, Cazaquist?o, Tailandia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietn? e Uzbequist?o.
Com uma agenda focada na coopera??o Sul-Sul e no fortalecimento da governan?a global, os líderes abordar?o iniciativas para o desenvolvimento sustentável, a integra??o financeira e a reforma das institui??es multilaterais. A cidade se prepara, assim, para receber uma das maiores delega??es internacionais desde os Jogos Olímpicos.
O amplo esquema de seguran?a refor?a o compromisso do Brasil em garantir um ambiente estável e livre de incidentes, afirmaram as autoridades. De acordo com o cronograma, a opera??o permanecerá ativa até a saída do último dignitário e a retirada das delega??es estrangeiras, previstas para 8 de julho.
