Autoridades e representantes de organiza??es sociais enfatizaram nesta sexta-feira, na abertura do Conselho Popular do BRICS, no Rio de Janeiro, a importancia da participa??o popular na constru??o de propostas para o grupo, na reconfigura??o da ordem mundial a partir do Sul Global e na promo??o de um multilateralismo mais justo.
O encontro de dois dias, realizado no Teatro Carlos Gomes, no Centro do Rio, antecede a Cúpula de Líderes, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho. Na ocasi?o, o Conselho Civil do BRICS apresentará um documento com as propostas emanadas dos grupos de trabalho com participa??o popular.
Durante a abertura, representantes do Governo Federal e de movimentos sociais ressaltaram a relevancia da escuta ativa da sociedade na constru??o das políticas multilaterais.
O ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, destacou a importancia da participa??o social no BRICS: "N?o acredito em nada que é feito sozinho. é o povo que conhece a realidade e sabe do que precisa. Assim, podemos construir políticas públicas efetivas. Que este Conselho possa dialogar com a Cúpula dos BRICS, como já realizamos com sucesso no G20 Social".
Por sua vez, o Secretário Lucas Barbosa, da Coordena??o-Geral de Mecanismos Inter-regionais do Ministério das Rela??es Exteriores do Brasil, afirmou que o Conselho Civil do BRICS representa um importante avan?o institucional, permitindo que vozes tradicionalmente sub-representadas participem da formula??o de propostas concretas.
"A presidência brasileira do BRICS em 2025 apoia plenamente esse diálogo com a sociedade civil. Durante nossa presidência, marcamos um marco sem precedentes na história do BRICS: realizamos uma sess?o de trabalho com os Sherpas, que contou com a presen?a de dez mecanismos representativos da sociedade civil dos países-membros, incluindo o próprio Conselho Civil e o Conselho da Juventude", observou.
Barbosa destacou que outra iniciativa pioneira é a apresenta??o do relatório do Conselho Civil na cúpula de líderes.
"O Presidente Lula acredita firmemente que as organiza??es internacionais devem estar abertas à participa??o da sociedade civil. Somente quando envolvermos nossa sociedade nesses debates poderemos superar a distancia com que a opini?o pública em geral percebe as organiza??es internacionais", afirmou.
O diplomata antecipou que o documento a ser apresentado na Cúpula dos Líderes representa "uma forte mensagem de apoio ao multilateralismo e ao fortalecimento de sistemas multilaterais que est?o sob ataque, como os de saúde, comércio e meio ambiente".
A representante russa do Conselho Civil do BRICS, Victoria Panova afirmou que a participa??o social nas decis?es do bloco é uma contribui??o fundamental.
"O Conselho Civil do BRICS n?o é apenas um movimento ou um clube, é uma família. Podemos afirmar que o BRICS já se consolidou como um grupo único no cenário global. No entanto, o Conselho Civil do BRICS acrescenta uma dimens?o adicional, demonstrando amplamente a proximidade entre nossos povos e tudo o que podemos alcan?ar juntos para o seu bem-estar. Isso demonstra o grande potencial do BRICS para beneficiar as bases", afirmou.
Ela lembrou que o Conselho Civil do BRICS foi criado na Cúpula de Kazan, na Rússia, no ano passado, e que este ano o documento preparado pelo órg?o n?o será apenas recebido pelos sherpas, mas também apresentado na Cúpula de Líderes.
"Com a cria??o do Conselho Civil do BRICS no ano passado, garantimos a continuidade de seu trabalho e que as vozes dos cidad?os dos países do BRICS sejam ouvidas, independentemente de quem esteja no governo", afirmou.
"Dessa forma, o BRICS assumiu uma responsabilidade clara: temos o mandato de discutir quest?es relevantes para todos nós, garantindo que os projetos que promovemos sejam socialmente vitais e que os governos os levem em considera??o. Isso é de suma importancia", enfatizou.