Vista aérea de um sistema solar fotovoltaico no telhado de um edifício num instituto de pesquisa industrial com baixa (zero) emiss?o de dióxido de carbono em Sheyang, Yancheng, província de Jiangsu, no leste da China, em 6 de junho de 2024. (Foto: Yang Lei/Xinhua)
Nos telhados da vila de Shuangjing, na cidade de Xuzhou, província de Jiangsu, no leste da China, fileiras de painéis solares reluzentes brilham sob o sol de ver?o, assemelhando-se a um vasto mar azul à distancia.
A instala??o faz parte de uma iniciativa de gera??o de energia solar fotovoltaica (FV) distribuída em toda a vila, liderada pela State Grid Xuzhou Power Supply Company. Com uma capacidade instalada total de 2.709 quilowatts, a rede fornece energia renovável constante tanto para as residências locais quanto para os parques industriais próximos.
"Este programa de energia solar em telhados para toda a vila é muito eficiente", disse Liu Zhichuang, técnico da empresa. "Os agricultores contribuem com o espa?o n?o utilizado em seus telhados e, em troca, obtêm uma renda estável com o aluguel."
Ao longo da vida útil dos painéis solares, espera-se que este projeto na vila gere mais de 6,4 milh?es de yuans (cerca de US$ 890.000) em receita, explicou Liu. "Ao mesmo tempo, reduz as despesas de constru??o e manuten??o em cerca de 22%.
"Onde a terra é escassa, grandes parques solares simplesmente n?o s?o práticos", observou ele. "é por isso que a energia solar distribuída em telhados faz mais sentido. Xuzhou está provando que funciona, com painéis já instalados em 140.000 telhados em toda a cidade, liderando toda a província de Jiangsu."
A energia solar distribuída está ganhando for?a em toda a China, de residências rurais a parques industriais. De acordo com a Administra??o Nacional de Energia (NEE, na sigla em inglês), até o final de 2024, a capacidade instalada acumulada de energia fotovoltaica distribuída atingiu 370 gigawatts (GW), 121 vezes a do final de 2013.
A energia solar em telhados tornou-se um ator significativo na transi??o da China para a energia limpa. Em mar?o, as autoridades energéticas chinesas destacaram os três benefícios de suas iniciativas: acelerar as reformas do setor elétrico, aumentar a renda dos agricultores e impulsionar a revitaliza??o rural.
Como um importante polo econ?mico e industrial, Jiangsu ostenta uma cadeia industrial fotovoltaica completa e lidera o país no crescimento da energia solar distribuída. Desde 2024, a província adicionou uma média de 1,5 gigawatts de capacidade solar distribuída por mês. Também desenvolveu sete projetos-piloto para energia solar distribuída em vilas.
As fábricas também est?o aproveitando a energia solar. Num parque industrial de veículos de nova energia em Xuzhou, uma grande tela digital exibe dados em tempo real sobre a produ??o de energia solar e a redu??o de dióxido de carbono.
Com 52.000 metros quadrados de painéis solares na cobertura, o parque gera uma produ??o anual de energia de quase 7 milh?es de quilowatts-hora. "é o suficiente para compensar o uso de 2.800 toneladas de carv?o e reduzir as emiss?es de carbono em cerca de 7.500 toneladas", disse Liu, acrescentando que as empresas do parque tiveram uma redu??o média de mais de 20% nos custos de energia.
Como parte de seu plano de transi??o acelerada para energia verde, Shanghai implementará de forma abrangente o programa "PV Plus", com o objetivo de implantar mais de 4,5 GW de capacidade fotovoltaica em toda a cidade até 2027.
Na província de Guangdong, no sul da China, as regulamenta??es exigem cobertura de energia solar em metade dos telhados de fábricas recém-construídas até 2025 e cobertura total até 2030. Os parques industriais existentes também est?o passando por reformas sustentáveis ??para garantir a ado??o de pelo menos 50% da energia solar até 2030.
A inova??o tecnológica está impulsionando ainda mais o aumento da ado??o da energia solar. Em Wuxi, Jiangsu, foi inaugurado recentemente o primeiro parque industrial da China dedicado à energia fotovoltaica de perovskita — uma tecnologia solar emergente. Módulos solares de perovskita podem ser integrados às fachadas dos edifícios, transformando paredes em geradores de energia.
Embora os painéis solares antes estivessem confinados aos telhados, os avan?os tecnológicos agora permitem sua integra??o perfeita às estruturas dos edifícios, afirmou Jiang Weilong, vice-presidente da empresa desenvolvedora do projeto fotovoltaico de perovskita.
Jiang acrescentou que a instala??o piloto do parque industrial conta com centenas de metros de muros de conten??o incorporando mais de 3.000 módulos solares de perovskita, que devem gerar uma redu??o anual estimada de dióxido de carbono de 110 toneladas.
"Imagine um futuro em que cada cerca, muro, telhado e até mesmo cal?ada funcione como um gerador de energia", disse Jiang. "Isso abrirá ainda mais espa?o e potencial para a transforma??o verde."