Por Zhao Long, Diário do Povo Online
Pessoas visitam a exposi??o "Pela Liberta??o Nacional e pela Paz Mundial" no Museu da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agress?o Japonesa, em Beijing, capital da China, em 8 de julho de 2025, para comemorar o 80o aniversário da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agress?o Japonesa e na Guerra Mundial Antifascista. (Foto: Weng Qiyu/Diário do Povo Online)
Este ano marca o 80o aniversário de dois eventos cruciais: a vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agress?o Japonesa e a Guerra Antifascista Mundial, bem como o 80o aniversário da funda??o da Organiza??o das Na??es Unidas (ONU).
Este triunfo arduamente conquistado p?s fim à amea?a global do militarismo e do fascismo, provocando uma profunda reflex?o sobre a devasta??o da guerra e galvanizando os esfor?os internacionais para reconstruir uma ordem baseada em regras.
Como membro fundador da alian?a antifascista, a China desempenhou um papel fundamental na cria??o da ONU e na formula??o de sua Carta, inaugurando um novo capítulo na coopera??o global para a paz e o desenvolvimento.
Ao longo de oito décadas, a ONU serviu como pedra angular da seguran?a internacional, sustentando a estabilidade e a prosperidade globais. Contudo, hoje, esta institui??o vital e os princípios que ela defende enfrentam testes sem precedentes.
Enquanto o unilateralismo e as a??es coercitivas proliferam, certos países priorizam seus interesses próprios, desconsiderando os propósitos e princípios da Carta da ONU. Eles elevam a legisla??o nacional acima do direito e das obriga??es internacionais, contrariando normas fundamentais como a igualdade soberana e a n?o interferência em assuntos internos. Suas a??es minaram gravemente a credibilidade do sistema internacional.
Concomitantemente, os déficits globais em paz, desenvolvimento, seguran?a e governan?a se intensificam. No entanto, alguns países se apegam à mentalidade da Guerra Fria e a abordagens de soma zero, formando blocos excludentes sob o pretexto de "valores compartilhados", exacerbando assim a fragmenta??o geopolítica.
O presidente chinês, Xi Jinping, enfatizou que "Quanto mais turbulenta e complexa se torna a situa??o internacional, mais devemos manter e sustentar a autoridade da ONU, e defender firmemente o sistema internacional centrado na ONU".
Nesse contexto, a preserva??o da ordem centrada na ONU exige que todos os Estados-membros cumpram suas obriga??es, com os principais países demonstrando lideran?a compatível com sua influência.
Como membro fundador da ONU e membro permanente do Conselho de Seguran?a da ONU, a China tem defendido consistentemente o papel primordial do Conselho na abordagem de quest?es de paz e seguran?a. A China é o maior contribuinte de tropas para opera??es de manuten??o da paz entre os cinco membros permanentes do Conselho de Seguran?a da ONU e o segundo maior contribuinte para o or?amento regular da ONU e para as avalia??es de manuten??o da paz. A China também aderiu a quase todas as organiza??es intergovernamentais universais e a mais de 600 conven??es e emendas internacionais, tendo concluído mais de 27.000 tratados bilaterais com outros países.
Como um país importante, a China segue um caminho de n?o alinhamento, n?o confronto e n?o ataque a terceiros, e tem tomado medidas concretas para refor?ar a autoridade da ONU e seu papel central na coordena??o de interesses nacionais e no enfrentamento de desafios globais. Essa conduta exemplifica a fidelidade ao sistema internacional centrado na ONU.
Hoje, diante dos desafios à autoridade e à eficácia do sistema internacional, os principais países devem abandonar "pequenas panelinhas" geopolíticas e blocos movidos por rivalidades. Devem opor-se a quaisquer tentativas de distorcer o veredito histórico da Segunda Guerra Mundial, minar os princípios que sustentam a ordem internacional do pós-guerra ou enfraquecer o papel central da ONU na manuten??o da paz e da seguran?a globais.
Devem aprofundar a coopera??o no ambito do Conselho de Seguran?a da ONU, da Assembleia Geral e de outros órg?os, buscar solu??es duradouras e equitativas para os desafios globais com base nos propósitos e princípios da Carta da ONU e esfor?ar-se para equilibrar os interesses de todas as partes.
Após o fim da Guerra Fria, o mundo vivenciou uma profunda transforma??o rumo à multipolaridade e a uma globaliza??o econ?mica mais profunda. A tendência histórica de paz, desenvolvimento e coopera??o mutuamente benéfica é inexorável, refletindo as aspira??es compartilhadas pela vasta maioria dos países e a lógica subjacente do progresso histórico e do avan?o da sociedade humana.
O equilíbrio de poder global atual mudou fundamentalmente em rela??o ao que era há 80 anos. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), os mercados emergentes e os países em desenvolvimento – coletivamente chamados de Sul Global – contribuíram com até 80% do crescimento econ?mico mundial nos últimos 20 anos e agora respondem por mais de 40% do PIB global.
Em paridade de poder de compra, o PIB dos países BRICS ultrapassou o do G7 antes de sua expans?o. Após a expans?o, os BRICS respondem por quase metade da popula??o global e um quinto do comércio global.
Esses números n?o apenas refletem uma transforma??o drástica no cenário econ?mico global, mas também sinalizam a ascens?o do Sul Global de uma "maioria silenciosa" nos assuntos globais para uma for?a indispensável na promo??o da paz, do desenvolvimento e da governan?a global.
Como membro natural do Sul Global, a China compartilha perspectivas e aspira??es comuns com outras economias em desenvolvimento e emergentes no que diz respeito ao aprimoramento da ordem internacional e da governan?a global.
A China continua comprometida em fortalecer a voz e a representa??o do Sul Global nos principais mecanismos multilaterais, incluindo a ONU, a Organiza??o Mundial do Comércio e o Fundo Monetário Internacional, garantindo que o sistema de governan?a global reflita melhor as realidades políticas e econ?micas contemporaneas.
Em um mundo que passa por profundas mudan?as sem precedentes num século, salvaguardar as vitórias da Segunda Guerra Mundial e a ordem internacional do pós-guerra transcende a comemora??o histórica. Constitui um esfor?o vital e ativo para preservar a paz global e promover o desenvolvimento comum.
Somente assumindo as responsabilidades dos tempos, reconhecendo a tendência irreversível à multipolaridade e respondendo ao chamado do Sul Global, o mundo poderá preservar a memória coletiva da humanidade, consolidar os fundamentos da paz e do desenvolvimento e garantir que as vitórias arduamente conquistadas na Segunda Guerra Mundial continuem a iluminar o caminho rumo a um mundo mais pacífico, equitativo e próspero.
(Zhao Long é vice-diretor do Instituto de Estudos Estratégicos e de Seguran?a Internacional da Universidade de Estudos Internacionais de Shanghai)