Cartaz do filme Dead to Rights.
O aclamado filme histórico chinês Dead to Rights estreou na Europa no cinema Mathaeser, em Munique, na sexta-feira, atraindo mais de 400 espetadores e provocando reflex?es sobre um dos capítulos mais sombrios da história do século XX.
O filme, que tem como pano de fundo o Massacre de Nanjing de 1937, perpetrado pelo Exército Imperial Japonês durante a Segunda Guerra Mundial, conta a história de um pequeno estúdio fotográfico e seus clientes, que lutam para preservar a humanidade e a consciência em meio à catástrofe.
Desde seu lan?amento na China, Dead to Rights atraiu ampla aten??o do público por sua narrativa emocionante e peso histórico.
Qiu Xuejun, c?nsul-geral da China em Munique, coapresentou a estreia, afirmando que este ano marca o 80o aniversário da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agress?o Japonesa (1931-45) e na Guerra Mundial Antifascista. Ele elogiou o papel do empresário alem?o John Rabe, que, durante o Massacre de Nanjing, estabeleceu uma zona de seguran?a e salvou inúmeros civis.
"Sua coragem humanitária faz parte tanto da memória da amizade sino-alem? quanto da luta compartilhada contra o fascismo", disse Qiu.
Em entrevista após o evento, Bernd Einmeier, presidente da Associa??o Germano-Chinesa para Economia, Educa??o e Cultura, disse que o filme é "muito importante". "Também é muito importante que a Europa saiba sobre o Massacre de Nanjing. Porque, honestamente, a maioria dos europeus nunca ouviu falar sobre isso, eles n?o têm ideia do que aconteceu lá."
Gao Ye, a atriz principal, compartilhou uma mensagem em vídeo, dizendo que se sentia honrada em participar da estreia europeia e grata ao público na Alemanha pela disposi??o de "ouvir a história e relembrar o passado". Ela incentivou os espetadores a valorizarem a paz e a dignidade humana no mundo de hoje.
Thomas Rabe, neto de John Rabe, também se dirigiu ao público em uma mensagem em vídeo. Ele relembrou os esfor?os de seu av? em Nanjing, em 1937-38, quando mais de 200.000 civis chineses encontraram refúgio na zona de seguran?a.
Lendo o diário e as cartas de guerra de seu av?, Rabe ressaltou a responsabilidade das gera??es mais jovens de proteger a paz e cuidar dos outros. "A paz hoje foi conquistada com muito esfor?o", disse ele. "A China suportou dificuldades inimagináveis para garantir a vitória, e nosso trabalho humanitário contínuo em conjunto me orgulha".
Erhard Rau, presidente da Associa??o Alem? de Promo??o Cultural e Econ?mica, disse que o filme deveria ser exibido em todo o mundo. "N?o se trata tanto de carregar essas experiências terríveis dentro de nós", disse ele. "Trata-se do que podemos aprender com elas — para o futuro. é por isso que é t?o importante que filmes como este sejam exibidos, para que possamos nos conectar com o destino dessas pessoas".
Entre os participantes mais jovens, o influenciador digital alem?o Aaron Zehren disse que sabia pouco sobre o Massacre de Nanjing antes da exibi??o. "Depois de assistir, adquiri uma compreens?o muito mais profunda das experiências trágicas dos civis de Nanjing", disse ele. "Os fatos históricos devem ser mostrados ao mundo".
Diplomatas dos consulados do Canadá, dos Estados Unidos e da áfrica do Sul em Munique compareceram à estreia europeia, que foi concebida n?o apenas como um evento cinematográfico, mas também como um gesto de memória e diálogo.
O filme será exibido em breve na Itália, no Reino Unido e em outros países europeus. Como observou Qiu, "A memória do passado deve ser preservada — n?o para o ódio, mas para salvaguardar a paz e lembrar às gera??es futuras a fragilidade da civiliza??o".