O governo brasileiro denunciou nesta sexta-feira que os Estados Unidos impediram o ministro da Saúde Alexandre Padilha de participar da reuni?o do Conselho Diretor da Organiza??o Pan-Americana da Saúde (OPAS), que será realizada ainda este mês em Washington, limitando seus deslocamentos apenas às proximidades da sede da Organiza??o das Na??es Unidas (ONU), em Nova York.
"As condi??es s?o inaceitáveis, porque sou ministro da Saúde do Brasil. Quando participo de um evento como este, deveria ter plena oportunidade de participar de todas as atividades para as quais somos convidados", disse Padilha em declara??o à imprensa.
Os Estados Unidos concederam a Padilha um visto para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à abertura da Assembleia Geral da ONU em Nova York na próxima semana. No entanto, o visto só lhe permite circular em um perímetro de cinco quarteir?es em Nova York, ao redor de seu hotel, da sede da ONU e da miss?o do Brasil e n?o lhe é permitido viajar para Washington, onde se realizará a reuni?o da OPAS.
De acordo com o Ministério da Saúde, "em raz?o dessas limita??es infundadas e arbitrárias ao exercício diplomático brasileiro", o ministro Alexandre Padilha vai permanecer no Brasil.
"N?o se trata de uma retalia??o ao ministro, mas sim de uma resposta ao que o Brasil representa no combate ao negacionismo que retira o direito das crian?as à vacina??o e impulsiona os retrocessos sanitários enfrentados pela popula??o americana", enfatizou a pasta.
Segundo o ministério, a presen?a do país sul-americano na OPAS é fundamental para o fomento de uma rede regional de produ??o de vacinas envolvendo Argentina e México, que busca reduzir custos, gerar receita, fomentar o desenvolvimento e aumentar a autonomia da América Latina nesse setor.
Apesar disso, o ministério esclareceu que os vínculos do Brasil em Washington e Nova York ser?o mantidos por meio da delega??o brasileira, enquanto as iniciativas ser?o fortalecidas em reuni?es multilaterais como a 30a Conferência das Partes (COP30) da Conven??o-Quadro das Na??es Unidas sobre Mudan?a Climática e nos diálogos bilaterais com o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e o grupo BRICS, do qual o Brasil ocupa a presidência.
"O Brasil n?o deixará de atuar em prol de sua soberania; a ciência continuará avan?ando e o país continuará defendendo a vida e a saúde pública", afirmou o ministério.