Nestes dias, Tian Zhixi tem estado particularmente ocupado, dividindo seu tempo entre o laboratório e os campos de teste. Além de suas pesquisas em melhoramento vegetal, ele também tem se comunicado ativamente com cientistas agrícolas brasileiros para planejar esfor?os de colabora??o na avalia??o conjunta de recursos genéticos de soja entre China e Brasil.
Tian é cientista-chefe do Laboratório Nacional da Baía de Yazhou, na cidade de Sanya, na Província chinesa de Hainan. Além disso, também ocupa o cargo de diretor do Centro de Inova??o para a Alimenta??o Sustentável entre a China e a América Latina e Caribe. O centro, estabelecido em novembro de 2024, está integrando as for?as estratégicas de ciência e tecnologia em melhoramento vegetal biológico, por meio da organiza??o de institutos de pesquisa agrocientífica e grandes empresas do setor de sementes chinesas, para estabelecer rela??es de coopera??o estreitas com institui??es relativas em países da América Latina e construir uma plataforma de coopera??o agrocientífica entre as duas partes.
Há pouco mais de um mês, subcentros da agência foram estabelecidos sucessivamente no Brasil, Argentina e Uruguai. Yang Weicai, subdiretor do Laboratório Nacional da Baía de Yazhou e membro da Academia Chinesa de Ciências, indicou que, apoiando-se nesses subcentros, as partes relativas realizar?o coopera??o em pesquisas sobre culturas-chave como a soja, por exemplo, avalia??o de recursos genéticos, desenvolvimento de tecnologias-chave de melhoramento molecular e cria??o de novas variedades de alto rendimento e qualidade.
China e os países latino-americanos e caribenhos pertencem ao Sul Global, e a seguran?a alimentar é uma quest?o de interesse mútuo. A América Latina conta com vastos recursos de terras agricultáveis e abundantes recursos genéticos de soja, o que a torna um dos principais produtores e exportadores mundiais dessa cultura. Por sua vez, a China é a maior importadora mundial de soja. Na opini?o de Yang, existe amplo espa?o de coopera??o em aspectos como o fornecimento seguro de soja, a complementaridade de recursos genéticos e a inova??o tecnológica coordenada.
Em 21 de julho, a Universidade Federal de Mato Grosso, no Brasil, recebeu uma delega??o chinesa, e ambas as partes inauguraram conjuntamente a filial brasileira do Centro de Inova??o para a Alimenta??o Sustentável China-América Latina. Marluce Aparecida Souza e Silva, reitora da universidade, declarou que está promovendo ativamente a coopera??o com universidades, institutos de pesquisa e empresas chinesas, com o objetivo de alcan?ar uma produ??o sustentável de alimentos naturais por meio da integra??o de conhecimentos.
Nesse contexto, o centro, em colabora??o com empresas líderes chinesas de sementes como a Longping High-Tech, está realizando a sele??o de variedades de alto rendimento adaptadas às condi??es ecológicas e à demanda de mercado da América Latina. Até o momento, foi selecionado um lote de soja com alta adaptabilidade, alto rendimento e boa estabilidade.
Voltando-se para o futuro, Tian afirmou que o centro planeja estabelecer mecanismos de intercambio de talentos em múltiplos níveis, como visitas de curta dura??o para acadêmicos, forma??o conjunta de jovens pesquisadores e pesquisas cooperativas de pós-doutorado. Espera-se que pesquisadores brasileiros cheguem ao Laboratório Nacional da Baía de Yazhou este ano para realizar pesquisas conjuntas por seis meses. Por sua vez, o centro enviará pessoal chinês para trabalhar nos subcentros da América Latina.
A constru??o de plataformas, a expans?o da rede de coopera??o e a transforma??o dos resultados de pesquisa igualmente constituem prioridades do centro.
Segundo o plano, o centro promoverá o estabelecimento de pelo menos dez novos subcentros na América Latina, criará um banco de recursos genéticos China-ALC e laboratórios conjuntos de biotecnologia, formando assim uma comunidade de coopera??o em ciência e tecnologia agrícolas transnacional e transregional.