
A China chega ao 3o Congresso Mundial de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (3rd WCTCIM), de 15 a 18 de outubro, no Rio de Janeiro, como a maior delega??o científica do evento, reafirmando sua lideran?a global em produ??o de conhecimento sobre as Medicinas Tradicionais.
Com 68 estudos aprovados - abrangendo Inteligência Artificial, robótica, bioativos, predi??es diagnósticas e integra??o entre medicina tradicional e biomedicina - o país se consolida como referência mundial em pesquisa e inova??o em MTCI.
Entre os principais temas, destacam-se o uso de machine learning para o diagnóstico precoce de cancer colorretal, o impacto do Tui Na pediátrico no crescimento infantil e o uso de terapias tradicionais em condi??es como COVID-19, diabetes, depress?o e distúrbios gastrointestinais.
"O sistema de medicina tradicional chinesa é o mais presente entre as práticas integrativas reconhecidas no Brasil e também o que mais se expande no mundo", afirma Caio Portella, Diretor da Base de Coopera??o China-Brasil para Promo??o da Medicina Tradicional Chinesa, presidente do Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN) e um dos três presidentes do Comitê Científico do 3rd WCTCIM.
Segundo ele, "a delega??o chinesa representa o estado da arte da pesquisa em medicinas tradicionais, ela traz uma diversidade institucional e temática impressionante, com estudos que v?o desde diagnósticos baseados em imagem e modelos preditivos até inova??o em bioativos e IA. A China, sem dúvida, é hoje o principal produtor e disseminador de conhecimento científico nesse campo".
CID-11: integra??o da Medicina Tradicional à classifica??o global de doen?as
Os trabalhos chineses também dialogam diretamente com a implementa??o dos módulos de Medicina Tradicional (TM1 e TM2) da Classifica??o Internacional de Doen?as - 11a Revis?o (CID-11), coordenada pela Organiza??o Mundial da Saúde (OMS). O CID-11 é o sistema global que orienta diagnósticos médicos, vigilancia epidemiológica e políticas de saúde em mais de 190 países.
Os módulos TM1 e TM2 - referentes, respectivamente, à Medicina Tradicional Chinesa e ao Ayurveda - representam um marco histórico de integra??o entre sistemas médicos tradicionais e o modelo biomédico internacional, permitindo o registro padronizado de diagnósticos e interven??es baseadas em práticas tradicionais nos sistemas nacionais de saúde.
A presen?a da delega??o chinesa no maior congresso de MTCI, realizado pela primeira vez na América Latina, refor?a esse avan?o e contribui diretamente para a Estratégia Global de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa 2025-2034 da OMS, que será debatida durante o congresso.