Nos últimos anos, marcas chinesas de eletrodomésticos vêm conquistando o mercado brasileiro, atendendo desde residências e apartamentos até escritórios e centros comerciais, onde a demanda por solu??es de climatiza??o e conforto está em expans?o.
O Brasil tornou-se uma das principais apostas da estratégia global das empresas chinesas, que buscam transformar presen?a comercial em presen?a produtiva, investindo em fábricas, cadeias de suprimento e redes de servi?os locais.
Estatísticas indicam que a taxa de penetra??o de ares-condicionados residenciais no Brasil ainda é inferior a 25%, significativamente abaixo da média global, o que evidencia um potencial de crescimento considerável. Paralelamente, o mercado de televisores está em constante renova??o, impulsionado pela populariza??o de telas grandes e funcionalidades inteligentes.
Diante desse cenário, empresas chinesas vêm competindo n?o apenas por pre?o, mas também por inova??o, produ??o local e servi?os de pós-venda, transformando a antiga vantagem de custo em uma estratégia baseada em valor agregado.
Essa tendência ficou clara durante a Febrava 2025, maior feira da América Latina dedicada ao setor de aquecimento, ventila??o, ar-condicionado e refrigera??o, realizada em setembro em S?o Paulo. Marcas chinesas como Gree, TCL, Hisense e Midea apresentaram tecnologias voltadas à eficiência energética, automa??o e sustentabilidade, sinalizando um novo estágio de consolida??o no mercado brasileiro.
O crescimento do setor reflete também dados macroecon?micos robustos. A economia da América Latina registrou forte expans?o nos últimos anos. Em 2024, as exporta??es chinesas de eletrodomésticos de linha branca para a regi?o cresceram 33% em rela??o ao ano anterior, com as exporta??es ao Brasil registrando alta de mais de 52%. Nos primeiros cinco meses de 2025, o crescimento dessas exporta??es foi de 19,9% para a regi?o da América Latina e de 19% para o Brasil.
Zhou Nan, secretário-geral da divis?o de eletrodomésticos da Camara de Comércio para Importa??o e Exporta??o de Máquinas e Produtos Eletr?nicos da China, afirmou que a América Latina é uma das regi?es de crescimento mais rápido para as exporta??es chinesas.
As empresas chinesas líderes do setor adotam estratégias para adaptar produtos e opera??es às demandas locais. A Gree mantém lideran?a em ares-condicionados gra?as à produ??o local e tecnologia acumulada; a TCL cresce rapidamente combinando televisores e climatiza??o; a Hisense aproveita o reconhecimento em televisores para expandir múltiplas categorias; e a Midea constrói vantagem competitiva com várias fábricas e portfólio diversificado de produtos. Embora sigam caminhos diferentes, todas visam transformar a presen?a no Brasil, de mera exporta??o a um compromisso de longo prazo.
Analistas apontam que o sucesso futuro dependerá da capacidade de cada empresa de aprofundar a produ??o local, investir em tecnologias de eficiência energética e estabelecer redes de servi?os próximas do consumidor.
à medida que consolidam fábricas, cadeias de suprimento e centros de inova??o em território brasileiro, as marcas chinesas deixam de ser exportadoras ocasionais para se tornarem participantes estruturais da economia local, refletindo uma presen?a estratégica de longo prazo e um reposicionamento da China na cadeia global de valor.