PEQUIM, 30 de setembro (Diário do Povo Online) - Com os recentes tumultos nos mercados de a??es, cambio e de comodidades, muitas pessoas expressam o seu descontentamento, predizendo as várias consequências graves que o impacto destes acontecimentos ter?o no mundo.
Tomando o mercado de comodidades como exemplo, será que o disparar dos pre?os pode mesmo ser atribuido à China? Do ponto de vista superficial, é possível concluir que a metamorfose que está neste momento a ocorrer na economia chinesa possa ter uma maior influência nos países altamente dependentes dos recursos exportados pela China.
Contudo, na realidade, as importa??es chinesas de ferro est?o limitadas. Entre janeiro e agosto do presente ano, a quantidade de ferro importado caiu 0.2%. A importa??o de crude, ao invés de descer, subiu uns consideráveis 9.8%, mantendo a tendência de crescimento dos últimos 3 anos.
As importa??es de sementes de soja também aumentaram em 9.9% durante janeiro e agosto, sendo neste momento o total das importa??es de cereais de 84.6%. Porém, a raz?o principal que explica estes números está ligada com a queda dos pre?os dos produtos importados. Se excluirmos o fator pre?o nas importa??es feitas entre janeiro e agosto, é possível concluir que, na realidade, as importa??es cairam em cerca de 4%.
A economia chinesa encontra-se numa situa??o de grande press?o. Excluindo o facto de se viver um período de restrutura??o e de abrandamento, há também uma quebra da procura por parte do exterior que n?o pode ser ignorada. Além disso, prevê-se que, com a subida das taxas de juro americanas, se registem grandes fugas de capital das economias emergentes, se registe a desvaloriza??o das suas divisas e que o mercado financeiro experiencie instabilidade.
Se de um modo geral é um dado adquirido que a economia chinesa entrou numa fase de 'nova normalidade', ent?o a comunidade internacional deve reconhecer esta realidade a adaptar-se a ela. N?o pode manter-se na esperan?a de que a China consiga manter eternamente os índices de crescimento que tem apresentado ao longo dos últimos anos. Acima de tudo, deve ter-se em conta a estabilidade do mercado de empregabilidade, a subida gradual e controlada dos pre?os de consumo e, acima de tudo, ao facto da China ser ainda uma das economias em mais rápido crescimento, ao mesmo tempo que mantém o estatuto de importante motor económico do globo.
A China permanece resoluta nos seus esfor?os para prosseguir com a abertura do país, reduzir os entraves para a entrada de capital estrangeiro, promover o bilateralismo, continuar com a dinamiza??o das zonas de comércio livre, especialmente através da implementa??o da política “um cintur?o e uma rota”. O país quer dar um novo passo em frente no grau de relacionamento com as restantes economias do mundo, de modo a que os frutos desta interatividade na economia mundial sejam cada vez mais proeminentes.
Deve também ser referido que, com o arrefecimento global do investimento direto no estrangeiro, em 2014, a China terá atingido o marco histórico de 123.120.000.000 dólares americanos investidos no estrangeiro (um aumento de 14,2% face ao ano anterior). Isto significa que a China atingiu pelo terceiro ano consecutivo o top 3 no ranking do investimento direto estrangeiro e entrou para o top 10 dos países com maiores reservas de investimento direto no estrangeiro.
O presente artigo foi adaptado da publica??o “Como analisar a presente situa??o económica da China” (incluída na edi??o do Diário do Povo de 24 de setembro) e “O terceiro lugar da China no ranking de investimento direto estrangeiro em 2014” (Diário do Povo, 18 de setembro)
Tradu??o: Mauro Marques