A hostilidade e o pessimismo entre chineses e japoneses está a decrescer, embora problemas históricos e quest?es territoriais continuem a ter um impacto negativo, segundo um estudo anual divulgado na quinta-feira.
No ano passado, 49,8% dos chineses acreditavam que o relacionamento dos dois países “iria piorar”, por seu turno, as estatísticas deste ano contabilizam apenas 41,1%.
De forma semelhante, no Jap?o, os indicadores registaram uma queda de 36,8% para 24,7%, de acordo com a 11a vota??o co-organizada pela Administra??o Chinesa de Publica??o em Línguas Estrangeiras, e a NGO japonesa Genron NPO.
Embalados por um boom de turismo chinês para solo nipónico no ano passado, 35,7% dos chineses inquiridos este ano disseram querer visitar o Jap?o, contrastando com os 29,6% do ano passado.
As estatísticas também revelam que a esmagadora maioria de ambas as partes acredita que “o intercambio ao nível público representa um importante passo para o melhoramento e desenvolvimento da rela??o entre os dois países”.
Após um acordo intergovernamental ter sido divulgado em novembro relativamente ao aprimoramento das rela??es, o Presidente Xi encontrou-se com o Primeiro-Ministro Abe por duas vezes, assim como oficiais de alta patente se envolveram em diálogos políticos em julho e outubro, para debaterem profundamente estas quest?es.
Yasushi Kudo, presidente da Genron NPO, aclamou a retomada das trocas.
“N?o houve qualquer evento que implicasse quest?es sensíveis, cujo efeito pudesse inverter o rumo dos sentimentos do público durante o último ano”, disse Kudo.
“Podem constatar que um crescente número de chineses confessaram ‘ter amigos chineses’ ou ‘ter estado no Jap?o’, penso que isto também contribui fortemente para o melhoramento das impress?es mútuas”, disse Kudo.
Contudo, as quest?es de disputas territoriais continuam a causar alguma fric??o que se revela na opini?o pública.
Quando inquiridos relativamete ao “maior obstáculo a obstruir o desenvolvimento dos la?os bilaterais”, 66.4% dos chineses e 56% dos japoneses escolheram “disputas territoriais”, de acordo com o estudo.
Abe proferiu um discurso em nome do seu partido a 14 de agosto, aquando da efeméride do 70o aniversário do final da Segunda Guerra Mundial. Porém foi alvo da crítica por n?o ter pedido perd?o de forma coerente pelas atrocidades cometidas pelo Jap?o durante o período da guerra, declarando apenas manter a posi??o dos governos antecessores.
Wang Gangyi, vice-presidente do China International Publishing Group, comentou que “este tipo de comportamento por parte dos oficiais japoneses ferem os sentimentos do povo chinês”.
“O povo chinês pode sentir-se desapontado pelas declara??es do Primeiro-ministro Abe, assim como pode questionar-se relativamente à posi??o do governo japonês no caso da inscri??o dos documentos do Massacre de Nanquim nos Registos da Memória do Mundo da UNESCO”, comentou Wang.
Tradu??o: Mauro Marques