Por: Rafael Lima
O Centro de Estudos dos Países de Língua Portuguesa da Universidade de Economia e Negócios Internacionais (UIBE, em inglês) sediou ontem (3) em Pequim o “7o Seminário Macau e o Intercambio sino-luso-brasileiro”. O evento, que contou com o apoio do Instituto Brasileiro de Estudos da China e ásia-Pacífico (IBECAP) e do Instituto Internacional Macau (IIM), debateu o papel de Macau como plataforma de negócios e a inova??o no modelo de coopera??o entre a China e os países de Língua portuguesa.
O antigo entreposto português na China comemora neste mês 16 anos da transferência da sua administra??o de Portugal para a China. A atual Regi?o Administrativa Especial está passando por uma nova transi??o no qual ela tem se preparado para desempenhar ainda melhor o seu papel de plataforma de coopera??o entre a China e as regi?es no mundo de legado cultural português. Sob a nova situa??o da China e com o início das opera??es do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII) e a iniciativa chinesa do “Um Cintur?o e Uma Rota”, Macau tem a chance de inovar no seu modelo de plataforma de coopera??o, desempenhando um papel ainda mais relevante de elo de liga??o entre a terra de Confúcio e o mundo de Cam?es.
Na abertura do evento, Gong Tao, Diretor Geral Adjunto do Departamento de América Latina e Caribe do Ministério das Rela??es Exteriores da China, destacou a importancia do Brasil para a China e reafirmou o papel de Macau como elo de liga??o entre as duas na??es. Gong Tao lembrou que o Brasil é atualmente o décimo maior parceiro comercial da China e que o país sul-americano, a despeito de estar passando por um momento de reajustes internos, possui grande potencial e ainda é o principal receptor de investimentos da China na América Latina. Ele lembrou que o Brasil e a China assinaram um acordo de troca de moedas e que o Brasil já possui 10 Institutos Confúcio e duas Salas Confúcio. Ele lembrou também que 250 alunos brasileiros est?o na China com bolsas pagas pelo governo chinês.
O prof. Severino Cabral, um dos maiores especialistas de China do Brasil, destacou a importancia de Macau inovar para acompanhar as mudan?as no mundo, principalmente as mudan?as em curso na China e no Brasil. Para ele, a nova realidade chinesa exige um modelo pautado na inova??o, abertura e coopera??o. O professor brasileiro destacou a nova arquitetura do sistema de infraestruturas da China centrado na iniciativa “Um Cintur?o e Uma Rota”. Para ele, a concretiza??o da iniciativa chinesa transformará o modelo de mundialidade e mudará o panorama da economia global.
Augusto César Batista de Castro, Primeiro Secretário da Embaixada do Brasil na China, expressou a posi??o do lado brasileiro de reconhecer a importancia e relevancia de Macau na coopera??o entre a China e os países de língua portuguesa. “O Brasil reconhece o Fórum de Macau como um mecanismo de coopera??o importante e fundamental, que gera enormes oportunidades para todos os países membros, ” disse.
O presidente do Instituto Internacional de Macau, Jorge Rangel, lembrou a necessidade de reafirmar o papel de Macau como centro mundial de turismo e lazer, com especial destaque para os casinos, importante fonte de receitas da ilha; fortalecer o papel de Macau como centro de forma??o avan?ada na China e o seu papel como plataforma de negócios e coopera??o entre a China e os países e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Entretanto, Rangel lembrou que Macau para além dos negócios e da economia, tem desempenhado importante papel na forma??o de quadros; administra??o pública; turismo; saúde; recursos humanos; ciência e tecnologia; cinema, televis?o e rádio; agricultura e etc. Para ele, o fato de Macau falar português gera oportunidades únicas para o conhecimento mútuo entra a China e os países da CPLP, favorecendo a execu??o da política de um país dois sistemas.