Brian Donald, responsável da Europol, comentou recentemente que ao longo dos últimos dois anos, pelo menos 10,000 crian?as refugiadas foram consideradas desaparecidas após chegarem a território europeu. Há neste momento dados que provam que muitas delas caíram nas m?os de organiza??es criminosas e ter?o sido for?adas a tornarem-se escravos sexuais.
“Na verdade, 10,000 é a estimativa mais otimista”. Donald avan?a que, só em Itália há 5000 destes casos. Na Suécia, estes casos de “desaparecimento” ultrapassam os 1000.
De acordo com o jornal inglês “Independent”, entre janeiro e setembro de 2015, pelo menos 340 crian?as refugiadas, após se registarem, “evaporaram”. Há analistas que acreditam que o maior número de refugiados entrou a partir da Grécia. O governo grego, por sua vez, foi criticado pela UE por n?o ser eficiente no controlo das fronteiras, chegando mesmo a ser displicente face às formalidades de registo dos refugiados. Deste modo, certamente haverá outros tantos que se encontram na Europa sem qualquer registo.
A Europol acrescenta que o número de refugiados que deram entrada na Europa durante o ano passado ultrapassou as centenas de milhares, entre eles, 270,000 foram crian?as. A UNICEF, por outro lado, acredita que o número de crian?as supera 1/3 da popula??o de refugiados. Para lá da Alemanha e da Suécia, há ainda 90,000 crian?as sem acompanhamento dos progenitores.
A institui??o de caridade Save the Children avan?a com um número da popula??o de crian?as refugiadas de 260,000.
Mariana Beckett, oficial da Organiza??o para a Seguran?a e Coopera??o Europeia, afirma que: “Muitas famílias n?o têm possibilidades de fugir para a Europa. A única solu??o que têm é oferecer dinheiro a um responsável para enviar as crian?as até à Europa. Este é o principal motivo pelo qual muitas crian?as n?o têm os pais por perto”.
Brian Donald frisou que nem todos os refugiados se depararam com problemas, sendo que muitos embora já se reuniram com os familiares, porém, “temos provas de que indicam que, algumas crian?as já caíram nas m?os de organiza??es criminosas, onde s?o for?ados a tornarem-se escravos sexuais”. Nos últimos 18 meses, vários gangues criminosos estabeleceram redes de tráfico humano na Alemanha e Hungria, cuja especialidade é detetar e raptar crian?as n?o acompanhadas. As polícias húngara e alem? já detiveram vários suspeitos de envolvimento neste tipo de opera??es.
Edi??o: Mauro Marques