Estas foram as palavras de Wang Yi, Ministro dos Negócios Estrangeiros (Ministro das Rela??es Exteriores) da China durante a última ter?a-feira, aquando da sua visita aos EUA.
“As ilhas no Mar do Sul da China fazem parte do território chinês desde a antiguidade, e a China tem o direito de assegurar a sua soberania territorial”, disse Wang numa conferência de imprensa (coletiva à imprensa) conjunta com o seu homólogo americano, John Kerry, após horas de conversa??es.
“Concomitantemente, insistimos que a quest?o deve ser resolvida de modo pacífico, pela via do diálogo e da consulta”, disse Wang.
Ignorando os apelos da China para honrar a sua promessa de n?o tomar partidos na quest?o das disputas marítimas, os EUA têm, desde outubro passado, enviado navios de guerra e ca?as, deliberadamente violando as águas territoriais chinesas no Mar do Sul da China.
Durante a conferência de imprensa, Kerry disse que os EUA detêm aquilo a que se referiu como “l(fā)iberdade de navega??o no Mar do Sul da China”.
“De facto, nunca houve qualquer problema com a liberdade de navega??o no Mar do Sul da China”, enfatizou Wang. “A situa??o no Mar do Sul da China é estável”.
No que diz respeito à militariza??o na regi?o, Wang disse que as pessoas se focam sempre na atividade chinesa, ignorando sistematicamente a instala??o de equipamentos militares por parte de outros países na regi?o, incluindo sistemas anti-míssil e bombardeiros estratégicos.
Durante as últimas décadas, alguns países ocuparam ilegalmente algumas das ilhas chinesas e militarizaram-nas em grande escala, n?o apenas com radares, mas também com vários tipos de artilharia, disse o ministro.
“A desmilitariza??o necessita de esfor?os por parte de todos, n?o apenas da China, mas também dos EUA e dos restantes países da ASEAN”, acrescentou.
A China tem de dialogar com os EUA para evitar erros de interpreta??o no Mar do Sul da China, finalizou.
Simultaneamente, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, a porta-voz Hua Chunying respondeu a algumas quest?es de rotina dos jornalistas.
Um dos jornalistas terá inquirido a porta-voz relativamente às recentes declara??es do comandante da 7a frota marítima dos EUA, Joseph Aucoin, em que este diz que a Austrália e outros países devem juntar-se aos EUA na quest?o da liberdade de navega??o no espa?o territorial a 12 milhas das Ilhas Nansha. O jornalista referiu também as recentes publica??es na imprensa norte-americana, onde é abordada a necessidade dos EUA estarem alerta para a constru??o de uma “Grande Muralha nas Ilhas”.
Hua respondeu, referindo que a China, como maior potência comercial no mundo, e como país com maior área costeira no Mar do Sul da China, valoriza a liberdade de navega??o acima de qualquer outra na??o. A porta-voz defendeu a existência de um grande leque de factos que comprovam que nunca existiu qualquer entrave à liberdade de navega??o na regi?o.
Hua salvaguarda que a influência da liberdade de navega??o no Mar do Sul da China n?o pode ser atribuída à China, alegando que os EUA usam recorrentemente este argumento para alimentar uma amea?a inexistente e fomentar a discórdia. Hua Chunying frisou também que a lei internacional n?o confere aos EUA o direito de enviar constantemente meios bélicos em tom amea?ador para a regi?o.
Relativamente à quest?o da “Grande Muralha nas Ilhas”, a porta-voz apoiou-se em factos históricos de longa data para legitimar os direitos territoriais sobre as Ilhas Nansha, asseverando que a terminologia utilizada pelos EUA para descrever a situa??o deve ser ilustrada com a necessidade, também ela “histórica” e “l(fā)egal”, do povo Chinês de defender a sua soberania territorial, readaptando, por fim, a express?o para “Muralha da Determina??o”.
Edi??o: Mauro Marques
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