Beijing, 21 mar (Xinhua) -- No contexto da atual visita à áfrica do presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) da China, Zhang Dejiang, especialistas africanos elogiaram os prolongados esfor?os do país asiático para melhorar as rela??es com este continente e impulsionar seu desenvolvimento.
áFRICA SE BENEFICIA DO CRESCIMENTO DA CHINA
As reformas econ?micas da China, que lhe permitiram tornar-se na segunda maior economia do mundo, trar?o melhores perspectivas econ?micas e de industrializa??o à áfrica, afirmou Munene Macharia, especialista em rela??es internacionais da Universidade Internacional Norte-americano, em Nairóbi.
"A China ainda é o motor econ?mico, embora haja quem possa querer ultrapassá-la", afirmou Macharia em entrevista à Xinhua.
O diretor do Centro dos Estudos da China na Nigéria, Charles Onunaiju, enfatizou que as "duas sess?es" deste ano -- as sess?es plenárias da APN e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês -- foram excepcionais e muito importantes, porque este é o primeiro ano de vigência do 13o Plano Quinquenal.
Para muitos países africanos, que têm a China como um parceiro e vêem suas estratégias de desenvolvimento como um padr?o para seu próprio crescimento, as "duas sess?es" s?o uma oportunidade instrutiva, afirmou Onunaiju.
Além disso, durante as "duas sess?es", sempre se revisa o papel da China na áfrica, sendo que nesta ocasi?o foram as implica??es dos compromissos realizados pelo país asiático diante do continente na cúpula do Fórum de Coopera??o China-áfrica (FOCAC, em inglês), realizado no ano passado na áfrica do Sul, disse Gerishon Ikiara, professor de economia da Universidade de Nairóbi.
Na cúpula do FOCAC, o presidente chinês Xi Jinping anunciou que Beijing contribuiria com assistência aos países africanos no valor de US$ 60 bilh?es, em forma de créditos e subven??es para os esfor?os de industrializa??o, e ofereceria sua experiência técnica para melhorar a capacidade comercial do continente.
O economista da Standard Advisory (China) Limited, Jeremy Stevens, comentou que embora a economia chinesa possa continuar desacelerando-se, é provável que suas empresas continuem determinando o clima investidor, especialmente no setor de infraestrutura, o que tem ajudado a modernizar a áfrica.
"A desacelera??o da China combina com as necessidades da áfrica porque haverá mais empresas chinesas querendo investir fora do país a fim de gerar crescimento econ?mico e criar um clima de investimento que se adaptaria a seus potenciais de crescimento econ?mico a longo prazo. A áfrica se beneficiará", assegurou Stevens em uma entrevista com Xinhua.
RELA??ES CHINA-áFRICA AVAN?AM A NíVEIS MAIS ALTOS
A rela??o entre a China e a áfrica vai além dos acordos comerciais.
"Os Institutos Confúcio têm o objetivo de fazer com que as pessoas entendam a evolu??o da China e também que os chineses compreendam a áfrica", disse o codirector do Instituto Confúcio na Universidade de Johanesburgo, David Monyae.
Monyae explicou que os Institutos Confúcio também provêem acesso ao financiamento chinês e estimulam o crescimento político e econ?mico dos países africanos.
Assim, destacou que os Institutos Confúcio relatam a história da China n?o sob o angulo ocidental, mas através do contato direto com os chineses, o que elimina ideias equivocadas sobre a China.
Uma das resolu??es adotadas na cúpula do FOCAC do ano passado foi fortalecer os intercambios de pessoal, disse Monyae, que confia que os Institutos Confúcio possam contribuir com este trabalho.
"Em todas as rela??es há diferen?as. Quando acontecem fri??es por falta de entendimento no comércio, o entendimento trazido pelos Institutos Confúcio se apresenta", refletiu.
A China também ajuda a áfrica a enfrentar a ca?a furtiva ilegal.
O papel da China em promover a conserva??o da vida selvagem ajudou o crescimento econ?mico em países dependentes do turismo, disse à Xinhua o porta-voz do Servi?o da Vida Selvagem do Quênia, Paul Udoto.
Segundo Udoto, os esfor?os infatigáveis da China na prote??o da fauna e flora silvestres africanas conduziram a uma queda da ca?a furtiva e a uma redu??o acentuada no valor do marfim bruto no país asiático durante os últimos dois anos, dando a esperan?a de que a matan?a de elefantes africanos possa ser freada finalmente.
Beijing fez grandes esfor?os em incentivar seus meios de comunica??o e cidad?os a participar das atividades de conserva??o da fauna e flora silvestres na áfrica através de plataformas digitais para, deste modo, aumentar a consciência das pessoas sobre o status e o valor da riqueza natural africana, comentou o diretor de Programas do Campo da Regi?o da áfrica da Conserva??o Natural, Charles Oluchina.