Hoje foi o dia em que o novo líder de Taiwan, Tsai Ing-Wen, e o vice-líder Chen Chien-jen fizeram os discursos de inaugura??o do novo mandato. Este momento marcou o início de uma nova era de incerteza no relacionamento entre os dois lados do estreito de Taiwan.

O conteúdo do discurso de Tsai foi alvo de especula??o mediática até ao último momento. A verdade é que, através de um conjunto de sinais ao longo dos últimos 2 meses, Tsai e o seu Partido Democrata Progressista (PDP) já fizeram valer as suas convic??es. Tudo o que lhe resta agora fazer é manter o jogo de articula??o de palavras.

é amplamente divulgado que Tsai n?o irá publicamente aceitar o consenso de 1992 e a Política de “Uma Só China”. Ela poderá, porém, fazer uso da ambiguidade para suavizar a sua posi??o, conseguindo assim alimentar a persuas?o do seu conceito da “manuten??o do statu quo”.

Comparada com o anterior líder do partido, Chen Shui-bian, que tentou a promo??o da independência contra a Política de Uma Só China, o atual PDP deverá adotar uma postura mais cautelosa em rela??o a este assunto, numa tática que evita o confronto direto com a China continental. O que pode ser assegurado é que a lideran?a do PDP irá promover a possibilidade da independência de Taiwan no seio da sociedade, e assim dar um passo de distanciamento face à China continental politicamente.

De acordo com os analistas, o objetivo fundamental do PDP é estabelecer um paradigma com o qual a popula??o de Taiwan se identifique, os EUA aceitem, e que a China continental tolere. Se o aceitarmos, ent?o a paz será mais facilmente alcan?ável. Mas tal significa que, daí em diante, a China continental admitirá que a rejei??o da política de Uma Só China n?o é apenas uma postura do PDP, mas também um consenso partilhado por toda a ilha. Enquanto isso, há uma outra op??o para a China continental – canalizar todos os aspetos do foco das rela??es entre o estreito para a administra??o de Tsai, incluindo quest?es políticas, económicas e militares.

As a??es levadas a cabo pela China continental durante a lideran?a de Chen Shui-bian provaram que a independência nunca irá funcionar na ilha. Porém, há ainda quem equacione a fantasia de que uma “independência parcial” poderia ser operável. Tudo leva a crer que um novo turno de disputas seja inevitável para selar o tópico da independência de Taiwan e tornar, assim, o princípio de uma só China a única forma de manter o statu quo.

O retorno do PDP ao poder e a rejei??o do reconhecimento do Consenso de 1992 est?o a tornar-se fatores-chave para o revés dos esfor?os alcan?ados no refor?o dos la?os entre o estreito de Taiwan. Se a China continental o permitir, o resultado poderia por em causa todos as diligências levadas a cabo até ent?o.