Vagueando entre a língua chinesa, o teatro e a poesia
A prepara??o do trilho até à vitória no Chinese Bridge - onde teve de polir de novo as competências ao nível do mandarim - n?o se afigurou fácil, como o Samuel explica: “A língua chinesa é uma língua muito justa, no sentido de n?o perdoar. Isto é, premeia o esfor?o. é muito evidente a distin??o entre quem se esfor?a para aprender o idioma e quem n?o o faz. Nós, como ocidentais, n?o estamos expostos às línguas asiáticas. Se n?o criarmos uma atmosfera de exposi??o passiva, esta n?o perdoa. é preciso muita disciplina e muito treino”.
Performance no concurso Chinese Bridge
A escolha da declama??o de um poema no concurso vai de encontro às suas paix?es e às técnicas que aprimorou durante o hiato parcial, no qual se focou mais em atividades de encena??o, representa??o e de diseur.
“A declama??o de um poema é muito transparente em termos de mostrar as competências do candidato: tons, musicalidade da língua, emo??o, etc. De um leque de cerca de 7 poemas sugeridos pela minha tutora, a professora Fang Xianghong, constava entre eles o Qiang Jin Jiu do Li Bai. Ao ver uma declama??o deste poema pelos atores Zhang Yi e Liu Jin, já depois de ter traduzido o poema, apaixonei-me imediatamente e disse para mim mesmo: ‘é este!’… é um poema dualista, porque tem duas energias – alegria e tristeza, e, nesse sentido, é muito heterogéneo. Permite dar um ritmo diferente a cada passo do texto. O poema foi escrito quando Li Bai foi rejeitado na corte. Devido ao turbilh?o emocional, é um poema excelente de declamar.”
A passagem pelos estudos asiáticos e pelo teatro foi fruto de uma evolu??o natural, embora algo inocente, como o próprio reconhece. “Em 2010, quando criei a minha segunda pe?a, já procurava, no meu próprio teatro, abordar temas relacionados com a China ou o Jap?o. Fi-lo no sentido de poder difundir aqui, para o público português, ainda que num contexto amador, alguns aspetos da cultura chinesa, e mesmo da língua. Durante o meu percurso académico apercebi-me que a express?o artística era uma constante.”
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