Por Mauro Marques
Fotografia por Gabriel da Silva
Ivan Ivanovich, Yoshio, Ubu, Macbeth, Epídico… o nosso convidado poderia assumir a identidade de qualquer um deles, mas é mesmo com o original que vamos conversar.
O Samuel Filipe Gomes Pascoal é natural do Porto e tem 24 anos de idade. Os motivos pelos quais lhe dedicamos este artigo s?o inúmeros, como os nossos leitores ter?o a oportunidade de compreender.
Entendemos, porém, que o “enredo” no qual o ortónimo sai vitorioso num concurso de oratória em língua chinesa em Portugal, o “Chinese Bridge”, seria a ocasi?o mais apropriada para uma entrevista que abordará temas como: língua chinesa, teatro, poesia e comunica??o intercultural.
A sua performance na declama??o e representa??o do poema Qiang Jin Jiu - “Fa?am Vir o Vinho”, em português - da autoria do célebre poeta chinês Li Bai, valeu-lhe o primeiro lugar com distin??o em Portugal, na 15a edi??o do concurso. O Samuel prepara-se agora para viajar à China, onde vai representar o seu país na competi??o internacional a ter lugar em solo chinês.
A epopeia do nosso entrevistado soma já sete anos, desde que se tornara aluno da Universidade do Minho em 2009, na Licenciatura em Línguas e Culturas Orientais, onde aprofundou o seu conhecimento sobre várias dimens?es da realidade da China e do Jap?o.
No final da licenciatura a paix?o pelo teatro, que já vinha a recrudescer há alguns anos, levou o Samuel a tomar a decis?o consciente de encarar a representa??o de forma mais séria, tendo enveredado por iniciar uma nova etapa de forma??o, desta vez enquanto aluno do Mestrado em Estudos de Teatro, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o qual concluiu em 2015.
Volvidos dois anos imerso nos estudos de teatro, o filho pródigo retornou a casa - se assim se pode dizer, pois nunca esteve totalmente arredado da ásia. Após ter feito investiga??o sobre o teatro n? moderno (estilo de teatro nipónico), e sobre o célebre dramaturgo japonês Yukio Mishima, o Samuel colocou as aten??es na China.
O concurso Chinese Bridge revelou-se precisamente a ponte, passo a redundancia, que necessitava para ir ao encontro do Império do Meio.
Segue-se a entrevista.
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