Por Ding Zi, Yang Ou, Yu Yichun e Zhang Zhiwen, repórteres do Diário do Povo

Uma coletiva de imprensa em torno da quest?o do Mar do Sul da China, organizada pelo Instituto de Estudos Fronteiri?os Chineses da Academia de Ciências Sociais da China, foi realizada nesta última ter?a-feira (19) em Singapura. Durante o evento, vários especialistas e eruditos da China interagiram com a mídia estrangeira.

Cerca de 60 jornalistas de dezenas de veículos da imprensa estrangeira participaram do evento, incluindo a Reuters, Agence France-Presse, Associated Press, Kyodo News Agency, Bloomberg e o jornal singapurense Lianhe Zaobao.

O diretor do Departamento de Coopera??o Internacional da Academia de Ciências Sociais da China, Wang Lei, introduziu o Seminário de Think Tanks intitulado “Mar do Sul da China e Coopera??o e Desenvolvimento Regional”, realizado no dia 18 de julho em Singapura.

Segundo Wang, os especialistas participantes do seminário discutiram sistemas e formas de resolu??o das disputas do Mar do Sul da China, assim como possibilidades de coopera??o e desenvolvimento regional, com vista à promo??o do desenvolvimento das rela??es entre a China e os países do Sudeste Asiático.

Sienho Yee, especialista chefe do Instituto de Estudos de Fronteiras e Oceanos da Universidade de Wuhan, disse em declara??es ao Diário do Povo que a “senten?a” viola: o consenso atingido pela China e pelas Filipinas, a Conven??o das Na??es Unidas sobre a Lei Marítima (UNCLOS) e os princípios do direito internacional. O “veredito” foi atingido pela via do abuso e expans?o de poder, sendo que n?o será reconhecido pela comunidade internacional, acrescentou.

O presidente da Faculdade de Jornalismo da Universidade Renmin da China e ex-diretor do Gabinete de Informa??es do Conselho de Estado, Zhao Qizheng, afirmou que o Tribunal de Arbitragem n?o é uma corte internacional, e que n?o tem nenhuma rela??o com o Tribunal Internacional de Justi?a da Haia, que pertence ao sistema das Na??es Unidas. O mesmo se aplica face ao Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia, sendo que após o anúncio da “decis?o”, o tribunal foi dissolvido imediatamente.

Recentemente a China realizou uma série de exercícios militares rotineiros no Mar do Sul da China, sendo estas manobras regulares, em conformidade com o plano anual, n?o sendo levadas a cabo contra países terceiros.

Em rela??o à quest?o supracitada, o pesquisador Zhang Junshe, do Instituto de Investiga??o Militar da Marinha Chinesa, afirmou que a China tem direito de realizar a manobra em causa, e que esta difere das demonstra??es de for?a bélica de alguns países, que “enviam porta-avi?es à porta das casas de outrém”.

Segundo ele, o refor?o da presen?a militar dos EUA e do Jap?o no Mar do Sul da China é, na verdade, uma amea?a militar aos países na regi?o. “A China n?o vai permitir a??es que prejudiquem a soberania nacional”, disse, acrescentando que os EUA e o Jap?o realizam exercícios nessas águas em nome de garantir a “l(fā)iberdade da navega??o” quando, de fato, mais de 100 mil navios atravessam o Mar do Sul da China anualmente, n?o reclamando de falta liberdade de navega??o.

Quanto à coopera??o regional entre a China e os países da ASEAN, o especialista de fronteiras da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Li Guoqiang, afirmou que a China mantém boas rela??es com a ASEAN em vários aspetos, e prioriza esse relacionamento na sua política diplomática. “A China apoia a integra??o da ASEAN e espera vê-la unida. A paz e tranquilidade no Mar do Sul da China dependem do esfor?o conjunto entre os dois blocos, ” disse.

O editor-chefe da revista birmanesa Northern Star, U Win Tin, apontou que o seminário abriu uma porta para a comunidade internacional conhecer melhor a política chinesa sobre o Mar do Sul da China.