Beijing, 21 set (Xinhua) -- Um salto nos empréstimos hipotecários para habita??es e a escassez de terreno para constru??o contribuíram para o aumento acentuado nos pre?os das casas na China.

Os dados oficiais mostraram que mais cidades, pequenas ou grandes, informaram aumentos nos pre?os de habita??es em agosto em rela??o a julho.

Uma pesquisa do banco central mostrou que 53,7% dos moradores entrevistados acham que os pre?os das habita??es no terceiro trimestre de 2016 est?o "inaceitavelmente altos", ante os 53,4% no trimestre anterior.

N?o obstante, 16,3% dos respondentes est?o "dispostos a comprar casas" nos próximos três meses, ante os 15% há um trimestre.

Analistas dizem que as pessoas comuns preferem os imóveis como um investimento seguro e relativamente lucrativo às a??es arriscadas e produtos de financiamento online às vezes fraudulentos.

As pessoas acreditam em geral que o governo na realidade endossa o valor dos imóveis, disse Li Xunlei, economista-chefe da Haitong Securities, uma das maiores corretoras de títulos da China. Um setor imobiliário forte pode impulsionar o consumo de a?o, cimento, metais n?o ferrosos, substancias químicas, eletrodomésticos e mobília, e as autoridades supostamente querem apoiar a expans?o dele.

As hipotecas baratas e obtidas com facilidades ajudaram, em grande medida, a transformar o otimismo das pessoas em compras reais.

"Os bancos agora facilitam as hipotecas, pois os retornos dos empréstimos para a economia real s?o baixos e instáveis", disse Xia Dan, alto pesquisador do Banco de Comunica??es, um dos cinco maiores da China.

Os dados do BC mostraram que os bancos chineses concederam em agosto 529 bilh?es de yuans (US$ 79 bilh?es) em empréstimos familiares de médio e longo prazos e que as hipotecas responderam por 55,7% do total.

Nos primeiros oito meses do ano, esses empréstimos saltaram 90,4% em termos anuais, para 3,63 trilh?es de yuans.

Em contraste, as empresas conseguiram menos dos bancos, embora a atual política monetária frouxa do país --baixas taxas de juros e menores depósitos compulsórios-- seja projetada para ajudá-las

Uma escassez natural e às vezes artificial na oferta de terreno pode ser outra raz?o por trás dos aumentos de pre?os, particularmente nas grandes cidades.

Por exemplo, Beijing planeja fornecer 4,1 mil hectares de terreno em 2016, queda em rela??o aos 4,6 mil hectares em 2015 e 5,15 mil em 2014.

Os pre?os dos terrenos recém-leiloados em muitas cidades já superaram os das residências de segunda m?o nos arredores, significando que os pre?os de habita??es nessas áreas devem continuar a aumentar.

Os governos municipais que dependem demais das vendas de terreno para a receita fiscal atrasam deliberadamente a oferta para elevar os pre?os, disse Liu Shijin, economista da Funda??o de Pesquisa de Desenvolvimento da China, um grupo de pesquisa oficial.

Como o crescimento dos pre?os se expandiu das cidades de primeira linha para mais regi?es nos últimos meses, três cidades de segunda linha --Suzhou, Xiamen e Hangzhou-- retomaram restri??es de compra de casas, enquanto diversas outras elevaram a entrada mínima.

No entanto, para arrancar o problema pela raiz, a China precisa acelerar sua reestrutura??o econ?mica e desenvolver novos motores de crescimento com retornos mais altos do que o setor imobiliário, segundo o analista para o mercado habitacional Liu Ce.