Por Sergey Karataev
Nos últimos anos, a economia mundial tem vindo a crescer a um ritmo de 3% ao ano, representando uma queda acentuada em rela??o a anos anteriores. O abrandamento econ?mico n?o só se verifica em países mais avan?ados, que mantêm uma taxa abaixo dos 2%, mas também nos países em desenvolvimento. N?o s?o poucas as vezes que institui??es financeiras internacionais, como o Banco Mundial e o FMI, rebaixaram as perspetivas de crescimento. A cúpula do G20 de Hangzhou surge em meio à incerteza na economia mundial, como um caso de sucesso.
O motivo do abrandamento econ?mico resulta de dois aspetos: falta de estímulos para garantir o crescimento sustentável e medidas adotadas menos eficientes. Enquanto isso, o crescimento lento do comércio internacional, a falta do vigor no investimento e a instabilidade no mercado financeiro afetaram a recupera??o da economia mundial, com a qual, n?o é descartável a possibilidade de um novo surto de crise financeira global ou regional.
Na fase embrionária da sua existência, o G20 desempenhou um papel significativo no enfrentamento da crise financeira. Com a recupera??o gradual da economia mundial, a capacidade de execu??o do G20 foi diminuída devido à divergência de interesses entre os membros. O G20 publicou vários documentos, que, no entanto, n?o foram aplicáveis em vários países.
Por exemplo, a cúpula do G20 lan?ou várias demandas construtivas contra o protecionismo, porém, as medidas protecionistas duplicaram nos países avan?ados.
Nesse contexto complexo, a China apresentou uma série de propostas para revigorar o estatuto do G20 na governan?a mundial, tendo estabelecido como objetivo principal a manuten??o do crescimento sustentável e a redu??o dos riscos atuais.
Embora n?o sejam mais novidades a reforma da institui??o financeira internacional, a ativa??o de investimentos e a promo??o da reforma institucional, a proposta da China torna mais exequível a coopera??o eficaz entre as principais economias no mundo.
A China frisou a discuss?o em torno de temas econ?micos, apelando a uma postura flexível por todas as partes nas quest?es discutidas. Beijing instou os membros do G20 a colocarem a sua aten??o na solu??o dos problemas atuais, n?o se focalizando apenas nas suas origens; persuadiu os membros a n?o debaterem o efeito da política monetária já adotada, mas sim a prestarem aten??o à promo??o do crescimento através de reformas estruturais, políticas tributárias e políticas or?amentais.
A China realizou um estudo amplo e profundo na supervis?o de resolu??es e na melhoria do mecanismo administrativo, além de promover o aumento da voz dos países em desenvolvimento.
Sob a impuls?o da China, a cúpula do G20 elaborou, pela primeira vez, o plano de a??o sobre a prática da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Com o encerramento da cúpula de Hangzhou, o tempo irá comprovar os efeitos da proposta chinesa. Gra?as às experiências acumuladas nos vários quadros multilaterais, vale a pena depositar a nossa confian?a na prática dos frutos obtidos na cúpula.
(O autor é diretor da sec??o da economia estrangeira do Instituto Estratégico da Rússia)