
Beijing, 11 out (Xinhua) -- A coopera??o com a China é vital para Angola e já trouxe resultados positivos para os dois lados, disse o embaixador Garcia Bires em entrevista à Xinhua em Beijing, onde é lotado.
Bires é embaixador extraordinário e plenipotenciário para a República Popular da China, República Popular Democrática da Coreia, Mongólia e Paquist?o. Segundo ele, Luanda e Beijing estabeleceram uma parceria estratégica e est?o promovendo projetos de coopera??o em várias áreas. "Com a tecnologia dos cientistas chineses, Angola já consegue produzir quase um ter?o do arroz que consome. Também estamos a aumentar o número de estudantes e técnicos na China. Além disso, há outras áreas que est?o sendo bem exploradas, como o levantamento aéreo sobre uma regi?o angolana. Já estamos no segundo ano."
Ele também ressaltou os conjuntos habitacionais construídos com assistência chinesa, que receberam visitas e elogios de líderes africanos. As "centralidades" s?o uma referência na coopera??o bilateral. "Nosso objetivo para já é fazer centralidades em 18 províncias de Angola. Hoje estamos em quase 11 províncias."
O embaixador afirmou que há uma experiência bem-sucedida de coopera??o sino-angolana e que recentemente foi confirmado que Angola possui uma das maiores reservas mundiais de mármore, cuja explora??o requer a tecnologia da China.
"Ainda há muita coisa para fazer e ainda há muitos acordos para assinar na coopera??o com a China."
Em 2015, Angola foi a segunda maior parceira comercial da China na áfrica. Apesar de o valor das trocas entre os dois países ter sido afetado pelas altera??es dos pre?os internacionais das commodities, Bires acredita que, ante a lenta recupera??o da economia mundial, o comércio bilateral está em "uma fase passageira".
"A crise financeira mundial é provisória. Os países s?o capazes de se adaptar a ela. Angola também está com medidas. Além disso, a China aparece com parcerias estratégicas e vem financiando alguns projetos em Angola."
Segundo o embaixador, como Angola é estável político e socialmente e tem mais meios de produ??o e técnicos chineses, "podemos dizer que no futuro podemos retomar o nível das rela??es comerciais". Ele também lembrou que um fórum de investimento Angola-China ocorrerá em Luanda em novembro deste ano.
Em 11 e 12 de outubro será realizada a 5a Conferência Ministerial do Fórum para a Coopera??o Econ?mica e Comercial entre a China e os Países da Língua Portuguesa (Fórum de Macau). De acordo com o embaixador angolano, através do fórum seu país pode melhorar coopera??o com a China e com os outros seis países lusófono presentes no evento.
"Neste fórum temos um único objetivo: melhorar as rela??es com a China e simultaneamente conhecer o que cada um dos sete países tem para oferecer a ele. (...) "Há um consenso entre os países da língua portuguesa e a China de que o fórum é uma forma de liga??o entre a China e os países da língua portuguesa e simultaneamente um meio de comunica??o entre os países da língua portuguesa. é a dupla vantagem dele."
Quanto à iniciativa do Cintur?o e Rota, lan?ada pela China em 2013 e envolvida nos temas desta reuni?o ministerial, Bires considera que é uma boa iniciativa relacionar o Cintur?o e Rota ao fórum. Segundo ele, a iniciativa do Cintur?o e Rota traz muitos benefícios: pode facilitar as atividades econ?micas entre Angola e a China, assim como criar mais oportunidades de negócios com outros países para Angola.
"Hoje em dias os países est?o mais próximos, e a iniciativa ajuda as pessoas a circularem mais livremente. é uma vantagem da rota. Ent?o com esta vantagem só dizemos "obrigado". Há oportunidades para nos sentir mais próximos."
Quanto ao outro novo tema do fórum --a coopera??o na capacidade produtiva entre a China e os países da língua portuguesa-- Bires expressou grande expectativa: "Necessitamos melhorar nossa capacidade produtiva e aproveitamos de melhor forma o mecanismo."
O embaixador angolano também expressou grande confian?a no futuro do Fórum de Macau. Na opini?o dele, os novos temas que surgem neste ano s?o a "prova da vitalidade do fórum". Além disso, com a participa??o de alguns governos locais chineses, o evento se torna um ambiente cada vez maior para coopera??o de negócios e também de trocas culturais. "Entre os países da língua portuguesa e a China haverá expectativas de melhorá-lo e aumentá-lo."
Ele também mencionou outro mecanismo na coopera??o bilateral, o Fórum de Coopera??o China-áfrica (FOCAC, em inglês). Segundo Bires, Angola é um país beneficiado do mecanismo.
O embaixador angolano desejou o fortalecimento e a amplia??o da coopera??o sino-angolana. "Para nós, ela é vital. A coopera??o com a China é a melhor que conseguimos obter em rela??es bilaterais."
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