Por Carlos Aquino
Nos últimos anos, os líderes chineses realizaram várias visitas aos países da América Latina e do Caribe, com a finalidade de promover as rela??es sino-latino-americanas, entre as quais a coopera??o com o Peru é uma das mais destacadas.
A China é o maior parceiro comercial do Peru e um dos principais investidores nos setores mineral e petrolífero do país. Em 2009, a China assinou um acordo de livre comércio com o Peru - o único país latino-americano a assinar o acordo e estabelecer uma parceria de coopera??o estratégica global em simultaneo.
Desde 2010, ano em que a China e o Peru assinaram o acordo em quest?o, o valor do comércio bilateral tem sido demarcado por um crescimento robusto. Em 2015, o valor do comércio bilateral atingiu os US$14,5 bilh?es. A exporta??o chinesa foi de US$6,35 bilh?es, e a importa??o de US$ 8,12 bilh?es, respetivamente.
O Peru espera diversificar a exporta??o para a China, através da fabrica??o de mais produtos industriais e da adapta??o às idiosincracias do mercado chinês.
Além do la?o comercial, os dois países desempenham também um intercambio inter-humano abrangente.
O governo chinês estabeleceu bolsas de estudo e projetos de forma??o para estudantes peruanos rumarem à China e prosseguirem seus estudos.
Atualmente, a China tem vários Institutos Confúcio no Peru. A China instalou também centros de estudos culturais em universidades peruanas, e vice-versa.
As centenas de alunos chineses e peruanos formados em ambos os países s?o hoje arautos da amizade entre os dois países.
O Peru necessita atualmente de formar mais recursos humanos com competências técnicas para tarefas de processamento industrial. Este é um setor onde a China tem uma experiência vasta.
A segunda maior economia no mundo tem mantido um crescimento estável, realizando um investimento progressivamente maior em outros membros integrantes da Coopera??o Econ?mica da ásia-Pacífico (APEC), e assim contribuindo para o desenvolvimento econ?mico desses países.
A China melhorou também a qualidade do seu crescimento, auxiliando também a restrutura??o do setor industrial. O país encontra-se a fazer uma migra??o de uma economia orientada pela agricultura, minera??o e indústria pesada para um novo modelo orientado pelo consumo e pelo setor terciário.
A China é atualmente uma potência com capacidade de pesquisa e fabrica??o de produtos de tecnologia sofisticada, cuja experiência de desenvolvimento pode ser usada como referência de aprendizagem para os países latino-americanos.
Seguem algumas sugest?es que, do meu ponto de vista, podem ser consultadas para a promo??o das rela??es sino-peruanas.
Em primeiro lugar, tendo em conta que a China é o maior parceiro comercial do Peru e a moeda chinesa, o renminbi, já se encontra na cesta do Direito Especial de Saque (SDR, na sigla em inglês), no futuro, o comércio entre os dois países poderá ser efetuado em yuans.
A coopera??o econ?mica e tecnológica no quadro da APEC deverá ser valorizada com maior intensidade. Além disso, as duas partes devem prestar uma maior aten??o à transferência de tecnologias, à moderniza??o das micro e pequenas empresas, ao empreendimento da energia limpa, e ao transporte coletivo.
Em terceiro lugar, os dois países devem refor?ar o intercambio inter-humano no sentido de realizar mais atividades culturais - n?o só bilaterais como multilaterais.
(O autor é o diretor do Instituto de Investig??o Econ?mica da Universidade Nacional Maior de San Marcos)