Considera??es Finais
O ano de 2016 foi um ano de estreitamentos e adensamento das rela??es entre a China e o mundo lusófono.
Face à atual conjuntura, é possível depreender que o futuro dessas rela??es tem tudo para ser promissor. é importante frisar que tal n?o se deve apenas aos notáveis esfor?os empreendidos pelos governos dos países de língua oficial portuguesa e da China para estreitar as rela??es.
é também fundamental o contributo central que os intercambios culturais, educacionais e interpessoais entre os diversos povos têm na concretiza??o dos ideais complementares entre eles. O povo é, afinal, o principal agente responsável por dar forma e expressividade às medidas projetadas pelos seus representantes nacionais. Pela diversidade de fatores acima referidos, pensamos que, n?o obstante os pequenos obstáculos que v?o surgindo, a lusofonia e a China est?o a construir um caminho sólido.
O mundo precisa da China e a China precisa do mundo. A Lusofonia se estende aos quatro cantos da terra, sendo um importante polo multicultural e ecuménico, que encontra sua unidade na pluralidade, oferecendo à China uma oportunidade concreta para comprovar à comunidade internacional sua tese de desenvolvimento pacífico, na qual os intervenientes das rela??es se olham de igual para igual.
As “pontes de língua portuguesa” a que Guterres se referiu no seu discurso s?o um dos contributos mais pertinentes e intemporais da lusofonia num mundo marcado pelo conflito e pela tens?o, no qual a China tem uma palavra a dizer.
A civiliza??o chinesa tem, por sua vez, desde as suas raízes históricas — vale a pena relembrar que é atualmente a mais antiga civiliza??o da humanidade em atividade — oferecido ao mundo contributos incontornáveis. De uma miríade de pensamentos e práticas filosóficas progressistas (e vanguardistas), ao que há de mais moderno nos planos tecnológico e científico. Este sempre foi o destino do gigante asiático e continua a sê-lo.
O Fórum de Macau deste ano é comumente aceito por ambas as partes como o marco histórico em que foram selados os consensos de todos estes projetos e ambi??es. Se por um lado a China demonstrou com firmeza o seu compromisso e confian?a na aposta lusófona, por outro, a lusofonia soube responder com igual convic??o e abertura.
Os chineses têm um ditado que diz “截長(zhǎng)補(bǔ)短” (Jié cháng bǔ duǎn), ou seja, podemos suprir as deficiências um do outro. Esta máxima parece, portanto, ser uma premissa que se adequa ao desenvolvimento das rela??es entre a China e as regi?es de legado cultural português no mundo.
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