Beijing, 3 jan (Xinhua) -- A economia chinesa se adaptou à sua "nova normalidade" em 2016 em meio às crescentes preocupa??es pelo crescimento do produto interno bruto (PIB), a reforma estrutural do lado de oferta, a política monetária, o renminbi e outros. Qual será o desempenho da economia chinesa em 2017? Seguem seis ambitos aos quais os especialistas pedem aten??o estreita.
CRESCIMENTO ESTáVEL
Apesar da press?o para baixo, o crescimento econ?mico da China se estabilizou em 6,7% nos primeiros três trimestres de 2016, o que desmentiu os rumores de uma aterrissagem dura. Em 2017, os responsáveis políticos continuar?o dando prioridade à estabiliza??o da economia, pois o Partido Comunista da China realizará seu 19o Congresso Nacional em Beijing no segundo semestre deste ano.
Os economistas preveem um "aterrissagem suave" da economia chinesa e assinalam que a política fiscal proativa continuará desempenhando um papel positivo.
"O firme crescimento da China será garantido tanto por um forte potencial de crescimento como por políticas eficazes de controle macroecon?mico", disse Zhang Liqun, pesquisador do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento do Conselho de Estado.
Em 2017, o crescimento do investimento e as vendas de imóveis diminuir?o, mas o efeito negativo será rebatido pelo investimento em infraestrutura, disse Robin Xing, economista chefe para a China da Morgan Stanley.
REFORMA ESTRUTURAL DO LADO DE OFERTA
A Conferência Central de Trabalho Econ?mico tem feito da "busca do progresso ao mesmo tempo de manter a estabilidade" o tema principal do trabalho econ?mico em 2017 e prometeu impulsionar avan?os significativos na reforma estrutural do lado de oferta.
Os economistas consideram que a China melhorará seu sistema econ?mico básico e acelerará as reformas para delegar os poderes, melhorar o regulamento e otimizar os servi?os.
Yu Yongding, economista e ex-conselheiro do banco central, enfatizou a importancia da reforma estrutural do lado de oferta e das políticas de controle macroecon?mico, dizendo que o crescimento estável da China n?o se poderá obter sem reformas, as quais também n?o ser?o bem-sucedidas se estiverem fora de controle.
"Vendo de uma perspectiva mundial, a vantagem da China se situa em sua ampla margem para as reformas", disse Xing. Em 2017, a China espera empreender reformas fundamentais nas empresas estatais, tributa??o, finan?as, terras, urbaniza??o, seguridade social, civiliza??o ecológica e a política de abertura.
POLITICA MONETáRIA PRUDENTE
A política monetária da China será "prudente e neutra" em 2017, segundo a Conferência Central de Trabalho Econ?mico.
é pouco provável que neste ano haja uma flexibiliza??o monetária substancial e a aten??o da política monetária poderia mudar de apoiar o crescimento a evitar os riscos, disseram os economistas.
O banco central tende a preferir ferramentas como acordos de recompra reversa e instala??es de empréstimos a médio parzo para garantir a liquidez e evitar um excessivo crescimento do crédito.
Huang Yiping, assessor do banco central, disse que a política monetária da China estará determinada no ano de 2017 pelo objetivo de crescimento econ?mico anual do governo, enquanto prevê uma crescente infla??o, a alta das taxas de juros nos Estados Unidos e um yuan mais fraco, o que restringirá o espa?o para a flexibiliza??o monetária.
IMPROVáVEL QUEDA DO RENMINBI
O renminbi (RMB), ou yuan chinês, registrou agudas desvaloriza??es desde outubro, o que causou preocupa??o no mercado. Mas os economistas descartam a possibilidade de diminui??es persistentes em 2017 e consideram que a China pode lidar com o impacto, mesmo que ocorrerem mudan?as nas taxas de cambio maiores do esperado.
N?o existe precedente para que um país com o maior superavit em conta corrente do mundo, uma grande taxa de crescimento do PIB, abundantes reserva internacionais e restri??es de capital veja uma deprecia??o significativa de sua moeda, disse Yu.
O firme avan?o econ?mico da China determina que o RMB manterá sua fortaleza em rela??o a outras moedas, indicou Zhang, que considera a recente debilidade como uma corre??o da aprecia??o excessiva anterior. Zhang espera que o RMB termine com sua tendência de perdas no primeiro semestre de 2017.
ESTABILIZA??O DO MERCADO IMOBILIáRIO
Como um fator chave do investimento em ativos fixos, o setor imobiliário da China será vigiado estreitamente em 2017 por seu efeito no crescimento econ?mico.
Com regras mais severas para a compra de casas a fim de conter a especula??o e a revis?o do aumento dos pre?os, a venda das propriedades crescerá a um ritmo menor neste, disse Zhang. No entanto, o especialista espera que a urbaniza??o da China apoie a demanda de moradias e mantenha um firme crescimento do mercado.
Em 2017, o mais alto legislativo da China aprovará a lei de impostos imobiliários, muito discutida, o que aumentará o custo da especula??o, disse Zhang Shuyu, um especialista em macroeconomia da Universidade de Economia e Negócios Internacionais.
Além disso, é provável que o governo continue com políticas imobiliárias diferenciadas para abordar a divergência do mercado entre as metrópoles e as menores cidades.
UM MOTOR CHINêS PARA A ECONOMIA MUNDIAL
A economia mundial enfrenta uma lenta recupera??o, com uma popula??o em envelhecimento e uma ampla brecha de riqueza, entre outros obstáculos de longo prazo. Ao contrário, a China, embora experimente uma desacelera??o, registrou um invejável crescimento de entre 6,5% e 7% e continua movimentando o crescimento global.
"Neste contexto, o mundo depende cada vez mais da China para fazer em rela??o aos obstáculos deste ano e a China desempenhará um papel ainda maior para impulsionar a globaliza??o", assinalou Zhang Liqun.
Como as duas maiores economias do mundo, os la?os econ?micos entre a China e os Estados Unidos também merecem mais aten??o. Huang Yiping assinalou que é provável que a decis?o do presidente eleito Donald Trump de nomear a China como manipulador de divisa e de impor grandes tarifas contra seus produtos crie enorme incerteza e gere efeitos negativos.