O mundo tem prestado aten??o à possibilidade do encontro entre os representantes das duas maiores economias mundiais no Fórum Econ?mico Mundial (FEM), que se realiza na próxima semana em Davos, na Suí?a.

Em sintonia com as preocupa??es em torno do protecionismo comercial e o surgimento de ideais contra a globaliza??o, tudo indica que a delega??o chinesa poderá se reunir separadamente com a equipa de transi??o de Donald Trump.

Este encontro poderá ajudar a dirimir as divergências ao nível das trocas comerciais e de quest?es políticas, afirmam os analistas.

O presidente Xi Jinping, juntamente com uma delega??o, realizará uma visita oficial à Suí?a, entre domingo e quarta-feira, efetuando uma paragem, na ter?a-feira, em Davos, para participar do FEM, enquanto primeiro chefe de Estado chinês a integrar o evento.

Tendo em conta que Trump assumirá fun??es no dia 20, é esperado que envie representantes da nova administra??o para que participem no FEM, afirmou Klaus Schwab, fundador e presidente do fórum, apesar de n?o ter sido ainda revelado quem será enviado.

Li Baodong, vice-ministro das Rela??es Exteriores da China, quando inquirido sobre um possível encontro em Davos, relatou à imprensa que “há canais de comunica??o abertos” entre Beijing e a equipa de Trump.

Beijing está recetiva a reunir com vários intervenientes nos bastidores do fórum, se o tempo assim o permitir. Deste modo, as “reuni?es bidirecionais mais relevantes est?o a ser discutidas”, acrescentou Li, sem confirmar o encontro com a equipa de Trump.

Também na quarta-feira, o vice-ministro das Rela??es Exteriores chinês, Liu Zhenmin, expressou que Beijing espera “respeito por parte dos EUA no que se refere aos interesses e preocupa??es da China sobre a regi?o ásia-Pacífico”, acrescentando que está “disposto a manter contacto com a administra??o dos EUA sobre os assuntos da ásia-Pacífico, com o intuito de discutir uma possível coopera??o”.

A seguran?a na área referida n?o pode ser sustentada pelos EUA, requerendo esfor?os conjuntos de todos os países, principalmente dos mais capazes, refor?ou Liu em uma coletiva de imprensa.

Shi Yinhong, professor de rela??es internacionais da Universidade Renmin da China, prevê que, caso se verifique a ocorrência de uma reuni?o em Davos, o enviado de Trump poderá pressionar Beijing em matérias de índole financeira e na quest?o de Taiwan.

Zhong Feiteng, pesquisador em estudos da ásia-Pacífico na Academia Chinesa de Ciências Sociais, defende que a China pode pedir ao novo Gabinete que seja mais cuidadoso quanto às políticas comerciais, focalizando as aten??es nas quest?es de Taiwan e do Mar do Sul da China, a fim de prevenir a deteriora??o da seguran?a regional.

Zhang Yansheng, secretário-geral do Comitê Acadêmico de Desenvolvimento Nacional e Comiss?o de Reforma, acredita que a equipe de Trump defenderá medidas avessas à globaliza??o e que será a favor do protecionismo comercial, visando a obten??o de vantagens para os EUA.

A equipe de Trump, por sua vez, afirmou que o novo secretário de Estado, Rex Tillerson, “derrubará o programa chinês de constru??o nas ilhas do Mar da do Sul e as políticas chinesas sobre o programa nuclear de Pyongyang”, informou a Reuters.