Huang Jiefu

As autoridades chinesas de saúde ir?o participar na cúpula de alto nível contra o tráfico de órg?os, que terá lugar no Vaticano nos próximos dois dias (7 e 8 de fevereiro). O convite define-se como um reconhecimento do combate levado a cabo pela China na área.

Huang Jiefu, antigo vice-ministro da saúde e atual chefe do Comité Nacional de Doa??o e Transplante de órg?os Humanos, irá participar na Cúpula da Academia Pontifícia sobre o Tráfico de órg?os e Turismo de Transplantes 2017, realizada no Vaticano, na qual ser?o discutidas as perspetivas chinesas quanto à administra??o de órg?os.

Em resposta ao protesto de um especialista em ética médica, que acusa o convite feito a Huang "de dar um impulso à propaganda da China" e um "ar de legitimidade" ao seu programa de transplantes, Marcelo Sánchez Sorondo, bispo argentino e chanceler da Pontifícia Academia das Ciências, defendeu que a conferência tem como objetivo ser um "exercício acadêmico e n?o uma repeti??o de afirma??es políticas controversas", relatou o The Guardian.

Em uma declara??o em seu website, a Pontifícia Academia das Ciências afirma que o tráfico de órg?os é impulsionado pela demanda nos países mais ricos do Ocidente e do Médio Oriente.

Apenas 12% da estimada demanda de transplantes de órg?os é correspondida a cada ano, de acordo com a Organiza??o Mundial de Saúde.

A China tem feito grandes avan?os no encorajamento de doa??es de órg?os, tentando contrariar a tradicional oposi??o à prática.

No primeiro semestre de 2016, a China removeu cerca de 1.795 órg?os, um aumento de 45% relativamente ao período homólogo de 2015.

O número total de colheita de órg?os em 2015 foi de 2.766— valor que ultrapassou a totalidade da jun??o dos anos de 2013 e 2014, informou a agência de notícias Xinhua.

Cerca de 300.000 pacientes chineses s?o anualmente colocados em lista de espera para cirurgias de transplante, embora apenas cerca de 10.000 cirurgias venham a ser concluídas.

A propor??o de doa??es de órg?os públicos é de 0,6 por cada 100.000 pessoas, ou seja, uma das taxa mais baixas do mundo, de acordo com Huang.

Em 2011, o comércio ilegal de órg?os foi criminalizado, após ser incluído em uma emenda no Código Penal.

Posteriormente, em 2013, foi também criado um novo sistema para administra??o e distribui??o de órg?os.

No 26o Congresso Internacional da Sociedade de Transplantes, realizado em Hong Kong em agosto de 2016, Huang condenou a especula??o de que “100.000 transplantes eram realizados todos os anos usando órg?os de prisioneiros executados” — declara??es recebidas como insultuosas à inteligência dos profissionais de transplante e ao sacrifício dos doadores e suas famílias, informou a Xinhua.