Por Mauro Marques e Andreia Carvalho
Antes de vir para a China seria, para nós, difícil de acreditar que uma cidade habitada por 22 milh?es de pessoas, num frenesim permanente, característico daquela que é, afinal, a capital da segunda maior economia e na??o mais populosa do mundo, pudesse, durante o espa?o de tempo de uma semana, tornar-se tranquila, silenciosa, inerte (bem, quase!).
N?o fosse a exuberante decora??o das ruas e demais espa?os públicos com as típicas lanternas vermelhas e os carateres alusivos à esta??o, pensaríamos nós estar numa cidade fantasma.
A verdade é que o Festival da Primavera, passível, pela sua dimens?o, de ser comparado ao natal, move milh?es (literalmente) por toda a China.
A diversidade de proveniências dos chineses que militam na capital é das mais variadas e, como tal, com a aproxima??o do novo ano, chega a hora de regressar às origens para rever família, amigos ou para usufruir do simples deleite de “estar em casa”.
Este abandono massificado acarreta, claro está, deixar a comunidade estrangeira na impotente perplexidade de ver os seus recantos de frequência habitual paulatinamente cerrarem as portas.
Mesmo os “l(fā)aowai” (termo coloquial que os chineses usam para se referir aos estrangeiros) mais hábeis, que se aventuram no mundo inesgotável das compras online e do “waimai” (servi?o de entrega de refei??es ao domicílio), tiveram que se render às evidências: A migra??o de Ano Novo n?o é um mito. O país hiberna, efetivamente, por uma semana.
![]() |