Rio de Janeiro, 24 fev (Xinhua) - O presidente brasileiro Michel Temer passou a quinta-feira analisando nomes para ocupar o cargo de ministro das Rela??es Exteriores, após a inesperada renúncia de José Serra, que entregou uma carta de demiss?o alegando "problemas de saúde".
Aos 74 anos, Serra, duas vezes derrotado em elei??es presidenciais em 2002 e 2010, vencidas respectivamente por Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e também ex-prefeito e ex-governador de S?o Paulo, afirmou que sua decis?o se devia ao fato de que seus problemas na coluna cervical estavam impedindo-o de manter o ritmo das viagens internacionais exigido pelo cargo.
Com a saída, o ex-chanceler volta a ocupar seu lugar no Senado, onde segundo afirmou na carta a Temer, continuará "trabalhando pela aprova??o de projetos que ajudem na recupera??o da economia, do desenvolvimento social e na consolida??o democrática do Brasil".
Em seus nove meses no comando da pasta, o que incluiu o período de interinidade de Temer até a oficializa??o do impeachment da ent?o presidente Rousseff em setembro, Serra promoveu uma guinada radical na gest?o da política externa brasileira, especialmente no que se refere ao apoio a regimes ideologicamente próximos ao Partido dos Trabalhadores (PT), que governou o país de 2003 a meados de 2016, como Venezuela e Bolívia.
Em um dos momentos mais polêmicos de sua curta gest?o, enviou uma circular aos embaixadores brasileiros em todo o mundo, determinando que buscassem neutralizar as vers?es de que o processo de "impeachment" contra Rousseff era um "golpe".
Segundo fontes de Brasília, ainda n?o há um escolhido para se tornar o principal responsável pelo relacionamento do Brasil com o resto do mundo, mas a tendência é de que o novo chanceler, assim como Serra, n?o saia dos quadros da diplomacia local e sim de acordos políticos, com o substituto sendo membro do mesmo Partido Social Democrata do Brasil (PSDB) de Serra, aliado do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), de Temer.
Entre os principais temas que aguardam o novo chanceler est?o as rela??es com o governo do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o relacionamento com seus parceiros do BRICS, integrado por Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul.