Beijing, 8 mar (Xinhua) -- A China está canalizando mais energia para controlar os riscos no setor financeiro logo depois que a economia em desacelera??o mostrou mais sinais de aquecimento gra?as a medidas favoráveis ao crescimento.
O relatório de trabalho do governo apresentado no domingo pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, diz que a China criará uma "parede de fogo" para se defender de riscos financeiros, com vigilancia estreita de ativos n?o rendáveis, inadimplência de títulos, bancos clandestinos e finan?as pela Internet.
Esta é a mais recente de uma série de declara??es feitas nos últimos meses por funcionários de alto escal?o para conter os riscos e melhorar a supervis?o. No relatório, a China ajustou sua meta de crescimento econ?mico anual para cerca de 6,5%, o mais baixo em 25 anos.
Wang Tao, economista da UBS China, considera que isso mostra a inten??o do governo de equilibrar a necessidade de manter um sólido crescimento com o controle da crescente alavancagem e riscos relacionados.
A estratégia da China orientada por investimentos permitiu aumentos invejáveis do Produto Interno Bruto (PIB) mesmo durante a crise financeira global, mas a rápida expans?o do crédito causou resultados indesejáveis.
Sinais mais recentes mostram que a economia chinesa está consolidando-se e os índices de atividade manufatureira, tanto oficiais como privados, registram um firme crescimento. As exporta??es e importa??es também tiveram uma forte recupera??o.
Gra?as à estabiliza??o, os responsáveis políticos, uma vez agarrados por press?es de desacelera??o, finalmente podem mudar seu foco.
Na Conferência Central de Trabalho Econ?mico realizada em dezembro, a lideran?a central prometeu priorizar a preven??o de riscos financeiros, dizendo que conter as bolhas de ativos será mais importante em 2017.
Como parte dos esfor?os de controle de riscos, o Banco Popular da China, o banco central, adotou este ano uma política monetária neutra e prudente, o que significa uma oferta monetária mais lenta e maiores custos de crédito.
Considerando a mudan?a nas políticas, analistas prevêem que os novos empréstimos em yuan cair?o significativamente em fevereiro, depois de ter registrado em janeiro uma alta anual, pelo menor fluxo de capital ao setor imobiliário.
Chen Yulu, vice-presidente do banco central chinês, prometeu mais esfor?os para evitar fluxos massivos de capital a setores que tendem a criar bolhas e aumentar o apoio financeiro à economia real.
O rápido desenvolvimento das tecnologias financeiras na China também causou desafios para os supervisores, como escandalos de financiamento pela internet.
A China deve se manter atenta a todos os tipos de riscos financeiros quando o desenvolvimento do mercado traz novos produtos e gera novas situa??es, assinalou Yang Kaisheng, assessor especial do regulador bancário da China, sugerindo medidas eficazes para fiscalizar transa??es e produtos financeiros ainda n?o regulamentados pelo governo.
No final de fevereiro, durante a conferência do Grupo de Lideran?a Central para Assuntos Financeiros e Econ?micos, foi proposto um mecanismo de coordena??o e supervis?o para vigiar melhor novos produtos financeiros.
Nas últimas semanas, reguladores nos setores de bancos, seguros e valores realizaram uma série de a??es para conter riscos financeiros, punindo seguradoras que participaram da compra especulativa de a??es e regulamentando negócios de depósito de emprestadores online.
Liu Shiyu, presidente da Comiss?o Reguladora de Valores da China, reassegurou os investidores na ter?a-feira, prometendo que a China impulsionará as reformas de forma estável.
A China obteve progressos consideráveis na abertura de seus mercados de capital, reduzindo seu controle da taxa de cambio do yuan, permitindo institui??es estrangeiras a entrar em seus mercados interbancários e iniciando conex?es de transa??o entre bolsas na parte continental e Hong Kong.
Segundo economistas, os riscos financeiros da China, embora estejam aumentando, ainda est?o sob controle, considerando que as taxas de empréstimos n?o recuperáveis dos bancos permanecem níveis baixos e que os reguladores têm instrumentos políticos suficientes para manter a estabilidade do mercado.
A taxa de empréstimos n?o recuperáveis dos bancos chineses caiu para 1,74% no final de 2016, menos que 1,76% no trimestre anterior. A provis?o para crédito de liquida??o duvidosa somou 2,67 trilh?es de yuans (cerca de US$ 390 bilh?es).