Velas acesas durante uma manifesta??o em Paris, no dia 29, o terceiro dia de protesto da comunidade chinesa, após a morte de um conterraneo baleado pela polícia parisiense.

Três polícias foram suspensos na sequência da investiga??o relativa ao incidente que vitimou um cidad?o chinês, baleado pela polícia na sua residência, em Fran?a, no domingo (25).

O jornal local Nouvelles D’Europe revelou que 18 polícias e oficiais do governo se reuniram com 21 líderes da comunidade chinesa em Fran?a, na tarde de ter?a-feira, para os informar sobre os últimos desenvolvimentos da investiga??o e discutir possíveis solu??es.

No 19o distrito de Paris, o homem de 56 anos e pai de 5 filhos, Liu Shaoyao, natural de Zhejiang, foi baleado durante um conflito com três polícias na sua residência.

Centenas de chineses se reuniram nas ruas em protesto nas imedia??es do posto policial. A manifesta??o se tornou violenta quando alguns protestantes arremessaram objetos, incendiaram viaturas e se envolveram em confrontos com as for?as policiais, resultando na deten??o de 35 indivíduos, tendo 3 polícias ficado feridos.

Contudo, o chefe da polícia parisiense Michel Cadot informou que 26 dos manifestantes tinham já sido libertados, e os restantes nove estariam em liberdade em breve.

Ao mesmo tempo, Cadot informou que os 3 polícias envolvidos no tiroteio foram suspensos e que a comunidade chinesa estava autorizada a realizar as cerimónias fúnebres da vítima.

O ministro do Interior, Matthias Fekl, confirmou na ter?a-feira que um inquérito tinha sido aberto, prometendo reger-se pelas leis e recolher os factos do caso, pedindo à comunidade que se mantivesse calma, “permitindo que os procedimentos judiciais sejam completos de forma pacífica”.

A porta-voz do Ministério das Rela??es Exteriores da China, Hua Chunying, afirmou que um diplomata da embaixada francesa foi convocado para uma reuni?o, onde foi instado a verificar “que a investiga??o é minuciosa e s?o tomadas as medidas necessárias na salvaguarda da seguran?a e direitos legais dos cidad?os chineses em Fran?a”.

Romain Nadal, porta-voz do MRE de Fran?a, disse, em declara??es proferidas também na ter?a-feira, que a investiga??o está a decorrer e que “a seguran?a dos cidad?os chineses em Fran?a é uma prioridade para as autoridades francesas”.

Na noite de domingo, um policial abateu a tiro Liu Shaoyao, na sua residência, após um vizinho apresentar queixa por conflitos domésticos.

As declara??es do incidente, contudo, n?o s?o coincidentes. De acordo com os media franceses, o policial agiu em “l(fā)egítima defesa” contra um homem que o “atacou com uma tesoura”.

Por outro, chineses locais revelaram que, segundo as declara??es de uma das filhas, testemunha do caso, Liu n?o atacou nenhum dos homens.

“O meu pai bebeu álcool e falou muito alto à noite, e por isso os vizinhos chamaram a polícia”, afirmou a jovem, “os policiais bateram à porta, mas o meu pai n?o queria abrir. Estávamos a preparar peixe para o jantar, por isso ele tinha a tesoura na m?o. Ent?o o polícia arrombou a porta, entrou pela casa dentro e alvejou o meu pai. Ele nem sequer teve tempo de atacar. Isto foi testemunhado pelas minhas duas irm?s”.

“é a primeira vez em Fran?a que um cidad?o chinês é assassinado pela polícia em um conflito ainda n?o confirmado. Estamos muito revoltados e preocupados”, disse Zhang Haiping, vice-presidente do Conselho Representativo das Associa??es Asiáticas em Fran?a.

“No ano passado um homem chinês perdeu a esposa num violento assalto, em Aubervilliers. Desta vez foi o senhor Liu que foi assassinado por um policial. Nós, cidad?os chineses, somos frequentemente mal tratados em Paris em caso de sermos roubados ou atacados. Já n?o nos sentimos seguros a viver aqui”, acrescentou Zhang.