Rio de Janeiro, 8 mai (Xinhua) -- No porto de Gwadar, no sudoeste do Paquist?o, Afchad administra uma loja de conveniência chinesa de 30 metros quadrados.
Massas, salgados, molhos e latas s?o empilhados em um canto, e vários lanches s?o exibidos em uma prateleira de vidro, incluindo tofu picante cozido, um alimento especial muito popular na China.
A maioria dos clientes da loja s?o chineses, construtores do Corredor Econ?mico China-Paquist?o, um programa de coopera??o sob a Iniciativa do Cintur?o e Rota lan?ada em 2013. Gra?as ao projeto, Gwadar, uma cidade costeira de pesca, atualmente tem recebido diversos investidores. A implementa??o do Cintur?o e Rota trouxe mudan?as significativas para a vida de Afchad, e outras pessoas de Gwadar.
QUEM PROCURA, ACHA
Para aqueles que vivem em Kantone, uma pequena aldeia em Mianmar, a eletricidade há muito tempo esperada, se tornou uma realidade, devido a um projeto de mina de cobre viabilizada pela iniciativa do Cintur?o e Rota.
"Nós assistimos televis?o todos os dias, temos aparelhos de ar-condicionado, que eram completamente inimagináveis no passado", disse Pu Maung, residente local.
O projeto de mina de cobre Letpadaung em Monywa, em Mianmar, foi lan?ado em 2012 pela China Wanbao Mining Copper Ltda. Sua constru??o foi repetidamente interrompida por protestos de algumas pessoas locais insatisfeitas com as aquisi??es de terras, e preocupadas com o possível impacto ambiental.
A Wanbao fez grandes esfor?os para conquistar a compreens?o e o apoio das popula??es locais, aliviando preocupa??es, resolvendo problemas, e oferecendo uma série de medidas que beneficiaram o sustento das pessoas. A mina de cobre foi finalmente colocada em opera??o em mar?o de 2016.
Atualmente todas as 33 vilas perto do local, relocadas ou n?o, têm eletricidade. Isso n?o é habitual em Mianmar, onde frequentes apag?es ocorriam devido à falta de energia, mesmo nas grandes cidades.
Para ajudar os alde?es a superar a pobreza, a empresa chinesa também lhes ensinou aptid?es de trabalho, e forneceu capital inicial para alguns moradores montar fábricas de tijolos, de cimento, fazendas de frango e equipes de reboque. Uma equipe médica móvel de Yangon também foi contratada pela Wanbao para prestar servi?os às comunidades.
Nos últimos anos, os moradores viram sua renda aumentar significativamente, e servi?os médicos e infraestruturas melhoraram muito. Aqueles que costumavam se opor ao projeto Letpadaung, agora competem para trabalhar para ele. Uma vaga na mina de cobre pode atrair até 100 candidatos.
DA SOBREVIVêNCIA à PROSPERIDADE
"Obrigado" foi a palavra repetida muitas vezes por Pablo Cordova, durante sua conversa com o presidente chinês Xi Jinping, em 18 de novembro de 2016.
"Quero expressar minha sincera gratid?o ao Senhor Presidente pela ajuda de seu país ao Equador", disse Pablo, de 52 anos, para Xi, na sede da ECU-911 em Quito.
Um ano atrás, um terremoto de magnitude 7,8, o pior em 70 anos, atingiu o país sul-americano e matou mais de 600 pessoas. O terremoto destruiu o hotel onde Cordova trabalhava em Portoviejo, uma cidade da província ocidental de Manabí. Ele ficou preso debaixo de detritos por 46 horas antes de ser resgatado, gra?as a uma chamada do ECU-911.
O sistema nacional ECU-911, construído por uma subsidiária da China Electronics Corp., é um centro de comando de auxílio a resposta em desastres. Mas no dia a dia, funciona também como uma rede de seguran?a. Atualmente, existem 16 centros ECU-911 em todo o país. Para Cordova, a tecnologia chinesa salvou sua vida.
Já para Lotfy Rajae, a tecnologia chinesa é o início de seu empreendimento e a funda??o de sua carreira de sucesso. Vinte e seis anos atrás, Rajae tinha 18 anos e tinha aprendido algumas habilidades em repara??o mecanica com seu pai. Ele foi recrutado pela Sinohydro Corp, uma empresa estatal chinesa.
"Os mecanicos chineses s?o altamente qualificados, aprendi com cada um deles e gradualmente me tornei um mecanico especializado", disse Rajae.
Os métodos de computa??o que aprendeu com seus professores chineses, estabeleceram uma base sólida para sua carreira, acrescentou.
Rajae agora possui propriedades diversificadas na Tunísia, incluindo o recém-inaugurado Forest Club, que abrange mais de 20 mil metros quadrados, e possui várias instala??es desportivas. Seu negócio abrange desenvolvimento imobiliário, constru??o de projetos municipais, negocia??o de automóveis e publicidade.
Em 2015, Rajae e a Sinohydro conseguiram uma licita??o conjunta para um projeto de constru??o de uma grande barragem no oeste do país. Depois de come?ar como mecanico, Rajae avan?ou na carreira e tornou sócio da Sinohydro.
"A Sinohydro é como minha m?e, sem ela, eu nunca seria quem eu sou hoje", disse Rajae.
DA CONECTIVIDADE à RECIPROCIDADE
Segundo Kareyev, um pescador que trabalha em Vladivostok há anos, ultimamente um grande número de pescadores russos exportam mariscos, caranguejos-rei e lagostas para a vizinha China.
Vladivostok é o centro administrativo da regi?o Primorsky, no Extremo Oriente russo. A iniciativa do Cintur?o e Rota, proposta pela China, foi bem recebida pelo governo da regi?o, informou o governador Vladimir Miklushevsky à Xinhua.
A regi?o e a China compartilham uma fronteira comum que se estende por 1.100 km. Dois corredores de transito, um que liga o Porto de Nakhodka com a Província de Heilongjiang da China, e outro que conecta o Porto de Zarubino com a Província de Jilin na China, est?o em constru??o para conectar a ásia à Europa, comercializar produtos, aumentar o intercambio pessoal e promover o desenvolvimento econ?mico.
O posto de controle na fronteira entre a cidade chinesa de Suifenhe, na Província de Heilongjiang, e a cidade russa de Pogranichny, em Primorsky, está cheio de caminh?es de carga russos, carregados de madeira, mariscos, petróleo e outros produtos. N?o há tempo a perder para entrar na China.
Sergey, um dos motoristas de caminh?o no posto de controle, disse à Xinhua que ele geralmente faz uma ida e volta por dia no inverno, e duas quando fica mais quente.
Para o piloto de cargueiro, o cazaque Daulet, esta regi?o tem grandes possibilidades devido a reforma de uma antiga estrada acidentada de Almaty, a capital do Cazaquist?o, para Horgos, uma cidade fronteiri?a na Regi?o Aut?noma Uigur de Xinjiang, na China.
"A movimenta??o de oito a nove horas de Almaty para Horgos seria encurtada para cinco ou até quatro", disse Daulet, notando que ele quer dirigir para Xinjiang, e visitar a China quando o projeto estiver concluído.
A estrada é parte de uma estrada transregional que liga Lianyungang, na Província de Jiangsu do leste da China, a St. Petersburgo, Rússia. Trata-se de um projeto de infraestrutura da Iniciativa do Cintur?o e Rota da China, que também liga a rede rodoviária europeia.
O fortalecimento das op??es de transporte permitiu uma oferta de bens mais estável para os comerciantes, e uma maior sele??o de produtos alimentícios nos supermercados. Os produtos agrícolas importados da China, como alho-poró, feij?o de corda e alho, vieram diversificar a dieta invernal do povo cazaque, que incluía apenas couves, batatas e cenouras.
Na outra extremidade dessas transa??es de transportes, o povo chinês está come?ando a se familiarizar com as especialidades cazaques, tais como o leite do camelo e as salsichas de carne de cavalo. A expans?o do moderno servi?o de infraestrutura do Cintur?o e Rota está melhorando a renda dos residentes locais dos países participantes.