Beijing, 16 mai (Xinhua) -- Uma menina laociana sem dentes, uma estudante desiludida no Camboja, ou um homem sírio em Aleppo dilacerado pela guerra.
Superficialmente eles parecem ter pouco em comum. Mas suas vidas se tornaram entrela?adas ao longo do Cintur?o e Rota, de uma maneira que jamais poderiam imaginar.
A China prop?s a Iniciativa do Cintur?o e Rota em 2013 com o objetivo de construir infraestrutura e redes de comércio para ajudar vilas, cidades e países pobres, e ajudar os países prósperos, e dessa forma trazer desenvolvimento para as jurisdi??es ao longo de seu caminho.
O Cintur?o Econ?mico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século 21 dever?o conectar países e povos na ásia, áfrica e Europa ao longo de antigas rotas comerciais.
NOVO SORRISO, NOVA ALEGRIA
Sorrir n?o mais envergonha Anuo, que agora tem seus dois dentes da frente de volta. A garota laoiana de 12 anos agora já pode sorrir e até gargalhar.
"Eu pare?o muito mais feliz quando eu sorrio agora", disse Anuo, que vive em Hakai, perto do Rio Nam Mang.
Três anos atrás, ela perdeu metade de um dente dianteiro superior durante uma luta com um peixe-gato capturado por seu tio. Outro dente foi perdido quando ela caiu numa estrada lamacenta durante um aguaceiro.
Os dentes frouxos, frágeis e amarelos dos locais se deve, em sua maior parte, à água turva e fedorenta tirada do único po?o durante uma seca. O que é pior, a quantidade de água era insuficiente para a aldeia.
Uma tremenda mudan?a aconteceu quando a empresa chinesa de constru??o da Esta??o Hidrelétrica do Rio Nam Mang, gratuitamente cavou um novo po?o, juntamente com a melhoria da estrada principal da aldeia.
Mais outra surpresa para Anuo foram os exames clínicos grátis para os alde?es, arranjados pela Dongfang Electric Corporation. Foi assim que Anuo recebeu os novos dentes da frente.
"O peixe cozido pela m?e em dias de seca agora tem um gosto bom", diz Anuo.
Como Anuo, milh?es em todo o mundo est?o se beneficiando diretamente dos projetos do Cintur?o e Rota. A Dongfang Electric Corporation completou o projeto de energia do Rio Nam Mang em 2016.
UM CAMINHO ATRAVéS DA GUERRA
Ameer Anis, de 32 anos, é um sobrevivente da guerra. Ele se lembra da sorte que teve quando o caminh?o que dirigia, já perfurado por balas, foi atingido por estilha?os após a explos?o de uma mina na estrada de Aleppo até a cidade portuária de Latakia, no noroeste da Síria. A estrada era realmente dura, mas n?o mais do que a vida de Anis e de outras famílias sírias que viviam em meio a uma guerra. Anis escapou por pouco da morte e o caminh?o permaneceu em boas condi??es junto com sua carga, quase uma tonelada de sabonetes sólidos que ele ajudou a produzir.
Esses sabonetes de azeitona de Aleppo, artesanato sírio tradicional, foram destinados para Tianjin, cerca de 7 mil quil?metros (km) de distancia. Li Jianwei, um empresário chinês baseado na cidade portuária a cerca de 120 km a sudeste de Beijing, capital chinesa, fez este pedido e muitos outros antes.
Li descobriu o sab?o de Aleppo durante uma viagem no ano 2000 à Síria. Após comprar sabonetes falsos em 2015, Li decidiu importar um produto autêntico e vender online.
A rota da antiga estrada de seda marítima se estende do rio Haihe de Tianjin até o Mar de Bohai, o Mar do Leste da China, o Mar do Sul da China, pelo Estreito de Malacca, além do Oceano índico, do Mar Vermelho e de Latakia pelo Mediterraneo.
As encomendas de sab?o da China impediram os irm?os Anis de fugir de casa. Eles n?o imaginavam que a China seria o maior parceiro comercial da Síria.
UM IDIOMA TRAZ ESPERAN?A
A vida deu uma reviravolta drástica quando uma doen?a séria acometeu Chamraeun Sreytouch, e a for?ou ficar fora da escola secundária por cinco anos. Também privou sua família de ter uma boa situa??o econ?mica.
No entanto, a vida mudou quando ela seguiu o conselho de seu pai para estudar em uma escola elementar de língua chinesa, na área de sua cidade natal na Província de Kandal. Ela n?o estava totalmente recuperada, mas sentia-se fortemente obrigada a ganhar dinheiro para sustentar a família. "Muitos chineses vieram para abrir fábricas, e fazer trabalho de tradu??o para eles seria um trabalho decente", afirmou o pai de Chamraeun.
Aprender chinês foi divertido e trouxe esperan?a para a jovem senhora do Camboja. Ela foi conduzida a um estudo mais aprimorado na conhecida escola chinesa Duan Hua (Toun Fa), baseada na capital Phnom Penh, e mais tarde na Universidade Real de Phnom Penh.
Devido à sua excelência acadêmica, ela teve a chance de completar seus dois últimos anos de faculdade na Universidade de Dali, na Província de Yunnan no sudoeste da China. Chamraeun ent?o teve uma ideia: a de ajudar mais cambojanos a aprender chinês para melhorar suas chances de ter uma vida melhor. Após a gradua??o, ela abriu o Pei De, escola de língua chinesa em sua cidade natal. Com o desejo de continuar se aperfei?oando, a diretora agora estuda no Instituto Confúcio em Phnom Penh com o objetivo de ir para a China concluir a pós-gradua??o.
"Eu poderia ter terminado trabalhando em um restaurante de fábrica", comentou ela. Ao invés disso, está entre os mais de 5 milh?es de alunos matriculados em mais de 1.500 Institutos Confúcio, em 140 países ao redor do mundo.
A MUDAN?A DE KUVATOV DA CANETA PARA ESPADA
Para Timor Katayamovich Kuvatov, praticar duas horas de Kung Fu chinês tem sido uma rotina diária, além de proporcionar alívio de estresse de seu trabalho como presidente e editor-chefe da agência de notícias Kazakhstan Today.
Mas ele n?o é conhecido por seu trabalho na agência. Em vez disso, ele fez nome ao ganhar medalhas em competi??es de artes marciais no Cazaquist?o, ásia e pelo mundo, como treinador-chefe da equipe nacional de artes marciais.
Kuvatov fez uma mudan?a de carreira em meio à crise econ?mica, durante a independência do Cazaquist?o da Uni?o Soviética. Ele rapidamente cresceu no negócio de notícias. Mas para Kuvatov, a prática de Kung Fu provou ser sua verdadeira paix?o, e desejava evoluir suas habilidades. Com 40 anos Kuvatov decidiu come?ar a aprender chinês a fim compreender melhor a cultura da China e as raízes do Kung Fu.
"O Kung Fu n?o é apenas um esporte, é uma filosofia", ensina ele.
Nos últimos anos Kuvatov testemunhou muitos amigos seus viajando para a China, e viajantes chineses e empresas chegando ao Cazaquist?o. Ele acredita que a Iniciativa do Cintur?o e Rota da China, da qual o Cazaquist?o é participante, levará a um aumento das trocas culturais bilaterais e intercambios interpessoais.
Ele também percebe uma tendência do Kung Fu ganhando terreno entre os jovens cazaques, algo que o deixa muito feliz.