Rio de Janeiro, 16 mai (Xinhua) -- Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Brasil concluiram que o vírus responsável pelo atual surto de febre amarela no país sofreu muta??es inéditas em algumas de suas sequências genéticas, informou na segunda-feira o Ministerio da Saúde.
As varia??es foram detectadas depois que a equipe de cientistas finalizou a sequência genética completa do genoma do vírus e, segundo a Fiocruz, n?o existe registro anterior dessas muta??es na literatura científica mundial.
De acordo com os pesquisadores, o imunizante adotado atualmente na vacina??o protege contra diferentes genótipos do vírus, incluindo o sul-americano e o africano e que as mudan?as detectadas no estudo n?o afetam as proteínas do mesmo.
O atual surto de febre amarela no país sul-americano é o maior das últimas décadas.O último boletim do ministério da Saúde confirmou 756 casos, com 259 mortes, a maioria em regi?es rurais do país, provocadas pela infec??o.
Desde o aumento de casos no Brasil, a Fiocruz fez os primeiros sequenciamentos do vírus, a partir de macacos bugios, mortos em fevereiro de 2017.
Um resultado inicial apontou que esse vírus da febre amarela pertence ao subtipo genético conhecido como linhagem sul-americana 1E, presente no Brasil desde 2008.
Ao concluir a análise, os cientistas conseguiram detectar as varia??es genéticas que se associam às proteínas envolvidas na replica??o viral.
Segundo os pesquisadores, os impactos da descobertas para a saúde pública ainda necessitam ser investigados e apontam a necessidade de que mais amostras sejam sequenciadas, relacionadas a outros locais do Brasil e com coletas em seres humanos, macacos e mosquitos.
Os resultados da pesquisa foram enviados à comunidade internacional, incluindo centros especializados na Itália, Estados Unidos e Inglaterra.