Brasília, 27 mai (Xinhua) -- O presidente brasileiro Michel Temer decretou na quarta-feira a convoca??o de tropas federais para refor?ar a seguran?a na capital do país, em resposta a um ato de protesto contra o governo convocado por centrais sindicais, que teve a participa??o de mais de 35 mil pessoas. O ato provocou depreda??es em prédios públicos e gerou conflitos violentos com a polícia, ferindo 49 pessoas e deixando sete presos.
O ato de exce??o - denominado "a??o de garantia da lei e da ordem", publicado hoje em uma edi??o extra do "Diário Oficial da Uni?o", foi anunciado à imprensa pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann , ao informar que, por ordem de Temer, tropas federais ocupar?o os edifícios do governo na regi?o Esplanada dos Ministério em Brasília até 31 de maio
Em seu pronunciamento, realizado no Palácioo do Planalto, Jungmann justificou que a decis?o sobre o uso excepcional de tropas foi tomada atendendo à solicita??o do presidente da Camara dos Deputados, Rodrigo Maia.
"Atendendo à solicita??o do senhor presidente da Camara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas também levando em conta, fundamentalmente, que uma manifesta??o que estava prevista como pacífica, degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agress?o ao patrim?nio público, na amea?a às pessoas, muitas delas servidores que se encontram aterrorizados e que estamos garantindo neste momento a sua evacua??o, o senhor presidente da República decretou uma a??o de garantia da lei e da ordem", declarou Jungmann.
"Neste instante, tropas federais já se encontram aqui neste Palácio, no Palácio do Itamaraty e, logo mais, est?o chegando tropas para assegurar que os prédios dos ministérios sejam mantidos incólumes".
" O senhor presidente da República faz quest?o de ressaltar que é inaceitável a baderna, que é inaceitável o descontrole e que ele n?o permitirá que atos como esse venham a turbar o processo que se desenvolve de forma democrática e com respeito às institui??es",concluiu o ministro da Defesa
A notícia sobre a autoriza??o para atua??o do Exército causou discuss?es e tumulto durante sess?o da Camara e Maia esclareceu que havia solicitado a Temer o uso da For?a Nacional de Seguran?a Pública, usada em grandes eventos, n?o das For?as Armadas.
A manifesta??o organizada pelas centrais sindicais para pedir a renuncia de Temer, a realiza??o de elei??es diretas e protestar contra a proposta de reforma trabalhista do governo ocorría sem maiores tumultos até que um grupo de 50 mascarados come?ou a quebrar vidros de vários ministérios, situados na avenida que concentra todos os órg?os do poder público, chegando a tocar fogo no interior de alguns deles.
A polícia reagiu e come?ou uma batalha campal, com os agentes lan?ando bombas de gás lacrimogêneo, sprey de pimenta e atirando com balas de borracha. Imagens da edi??o online do jornal 'O Globo' mostraram policiais correndo e atirando com armas de fogo nos manifestantes, fato confirmado também pela "Folha de S?o Paulo'.
Segundo balan?o parcial da Secretaria de Seguran?a Público do Distrito Federal, houve 49 atendimentos de urgência durante a manifesta??o, entre feridos e pessoas que passaram mal por causa do uso de gás lacrimogêneo e spray de pimenta
A Secretaria confirmou quatro casos graves: Um deles foi baleado e teve de passar por uma cirurgia no Hospital de Base de Brasília, mas n?o corre risco de morte.
Dois outros deram entrada no hospital com ferimentos no olho por tiros de balas de borracha e um estudante teve a m?o parcialmente decepada por causa de um roj?o.
"A Polícia Militar abrirá inquérito para investigar policiais militares que aparecem em imagens com arma de fogo nas m?os. Esse procedimento n?o é adotado em manifesta??es. Os incidentes e as responsabilidades ser?o apuradas", afirmou a secretaria do governo do Distrito Federal.
Os acontecimentos desta quarta-feira ocorreram uma semana depois do terremoto político que sacudiu o Brasil, com a divulga??o da grava??o de uma conversa do empresário Joesley Batista com Temer na qual o presidente parece dar sua aprova??o para subornos.