Por Bi Yuming
O chanceler chinês Wang Yi recebeu o seu homólogo brasileiro,Aloysio Nunes, em Beijing, a 16 de junho
Beijing, 21 jun (Xinhua) -- O ministro das Rela??es Exteriores Aloysio Nunes declarou que o Brasil é firmemente comprometido com o BRICS e a cúpula que o bloco realizará em setembro na cidade chinesa de Xiamen.
O presidente Michel Temer dá grande importancia ao BRICS e virá para a cúpula com uma delega??o de empresários que participará do Fórum Empresarial do BRICS, afirmou na segunda-feira o ministro em entrevista à Agência de Notícias Xinhua em Beijing, onde se reuniu com os outros chanceleres do bloco.
Nunes afirmou que todos eles falaram "com uma só voz" em defesa do multilateralismo, do livre comércio e da necessidade de buscar solu??es negociadas para conflitos regionais e desafios globais, como a mudan?a climática. "Devo destacar o qu?o oportuna foi a realiza??o dessa reuni?o."
Em 2006, a primeira reuni?o de chanceleres do Brasil, Rússia, índia e China foi realizada em paralelo à Assembleia Geral da ONU. Em 2009, a Rússia sediou a primeira reuni?o oficial do ent?o BRIC. A áfrica do Sul entrou no ano seguinte, e o grupo passou a se chamar BRICS.
Com isso, 2017 abre a segunda década do grupo. O que esperar dela? "S?o muitas as frentes de coopera??o já existentes no BRICS e ainda mais numerosas s?o as possibilidades de aprofundamento e expans?o da parceria." Para o Brasil, uma maior aproxima??o entre cidad?os, empresas e institui??es acadêmicas é algo a ser promovido com ênfase, "pois pode trazer grande benefício às rela??es entre os nossos cinco países."
O ministro destacou o diálogo entre o grupo no campo econ?mico, pois as tendências antiglobaliza??o mencionadas pela China no Fórum Econ?mico Mundial "s?o preocupa??es comuns aos cinco países". Nunes indicou que existe a possibilidade de tomarem uma a??o conjunta contra o protecionismo comercial e outras tendências que podem prejudicá-los.
Exaltou a importancia do grupo nos assuntos internacionais, tendo em vista que cobre grande parte do território, popula??o, PIB e outros aspectos mundiais. "A gradual consolida??o dele desde a primeira cúpula de líderes, em 2009, permite que esse enorme potencial seja mobilizado também no campo das rela??es internacionais."
Para o Brasil, o BRICS pode contribuir positivamente para aperfei?oar as institui??es de governan?a global nos campos político, diplomático, econ?mico, financeiro e comercial. A atua??o conjunta nas negocia??es sobre a reforma do FMI e a cria??o do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS s?o "dois bons exemplos da crescente importancia que o BRICS desempenha nos assuntos internacionais contemporaneos".
As rela??es sino-brasileiras se "expandiram muitíssimo nos últimos anos". O ministro lembrou que a China é o maior parceiro comercial do Brasil e que este é um destino de primeira grandeza para os investimentos chineses no exterior. No Brasil, eles se concentram em energia, transportes e agropecuária e mais recentemente vem crescendo a coopera??o financeira bilateral, acrescentou.
O fato de "Brasil e China serem os maiores países em desenvolvimento nos hemisférios ocidental e oriental, respectivamente", "p?e em evidência a importancia de ambos em diversos temas que extrapolam a esfera bilateral, como paz e seguran?a internacionais, reforma da governan?a econ?mica global e enfrentamento à mudan?a do clima".
"O Brasil é um dos maiores receptores de investimento direto estrangeiro e, nessas condi??es, está aberto também aos investimentos que vierem da China, inclusive no ambito do Cintur?o e Rota", afirmou o chanceler ao elogiar essa iniciativa proposta por Beijing.