Brasília, 27 jun (Xinhua) -- O Fundo Brasil-China de Coopera??o para a Expans?o da Capacidade Produtiva, com recursos previstos de US$ 20 bilh?es, entrou na segunda-feira em opera??o com a abertura da recep??o de projetos de interesse bilateral no site do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gest?o do país sul-americano.
A partir da segunda-feira, os projetos ser?o recebidos através de Cartas-Consultas, que estar?o disponíveis para ser completadas através de meio digital no site.
Segundo o embaixador chinês em Brasília, Li Jinzhang, o fundo "deve servir de referência para outros países da América Latina".
O diplomata destacou que a iniciativa se inscreve na estratégia chinesa de ampliar a coopera??o na cadeia industrial e na cadeia de valor.
"O fundo deve funcionar segundo os princípios de mercado com a avalia??o criteriosa de riscos e a partir de projetos individuais para uma coopera??o sistemática produtiva entre os dois países", assinalou.
O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento e secretário executivo do Fundo, Jorge Arbache, destacou que a iniciativa é única e inovadora.
"Além de ser um mecanismo adicional para o financiamento de projetos no Brasil, o fundo criará a oportunidade para uma intera??o sem precedentes entre as autoridades dos dois países", sublinhou Arbache.
O Fundo China-Brasil, oficializado em 30 de maio, terá US$ 15 bilh?es de investimentos chineses e US$ 5 bilh?es de aporte do Brasil para serem investidos em projetos de interesse comum para os dois países no Brasil, em setores como infraestrutura, energia e tecnologia.
Dessa maneira, o financiamento será em uma rela??o de 3 por 1, quer dizer, por cada dólar contribuído do lado brasileiro, 3 ser?o contribuídos pela parte chinesa.
Um Conselho Diretor, formado por três representantes de cada país, avaliará as propostas e determinará quais ser?o prioritárias para ter acesso ao financiamento.
A gênese do Fundo China-Brasil ocorreu em visita do presidente Xi Jinping a Brasília em 2015, e foi concebido como um mecanismo para permitir que as autoridades e o setor privado dos dois países discutam investimentos, prioridades e uma agenda comum.
O fundo receberá propostas de projetos, que poder?o ser enviadas tanto pela China como pelo Brasil ou por um terceiro país, com a condi??o de que se trate de investimentos no Brasil nas áreas de infraestrutura, manufatura, agronegócios e tecnologia.
Os projetos que receberem certificado de prioridade pelo Conselho Diretor poder?o acessar às fontes de financiamento, que ser?o do lado chinês o Clai Fund (Fundo Chinês para a América Latina), e do lado brasileiro prioritariamente o Banco de Desenvolvimento Econ?mico e Social (BNDES) e a Caixa Econ?mica Federal.
Os setores considerados prioritários s?o: logística e infraestrutura; energia e recursos minerais; tecnologia avan?ada; agricultura; agronegócio; armazenamento agrícola; manufatura; servi?os digitais; e outros setores de interesse do governo brasileiro.
O Conselho Diretor estará formado, do lado brasileiro, por três vice-ministros, e do lado chinês por oficiais de alto escal?o, entre eles um representante do Clai Fund.