Brasília, 17 ago (Xinhua) -- O governo brasileiro anunciou nesta ter?a-feira o aumento da meta de déficit primário do setor público para este ano de R$ 139 bilh?es para R$ 159 bilh?es (US$ 43,7 bilh?es para US$ 50 bilh?es) devido à queda da arrecada??o e à baixa atividade econ?mica.
A informa??o foi divulgada pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, depois de uma série de reuni?es com o presidente Michel Temer e sua equipe de colaboradores mais próximos.
Meirelles explicou que a revis?o da meta se deveu à baixa arrecada??o nos primeiros seis meses do ano, que está em R$ 42,5 bilh?es e, portanto, abaixo do previsto.
A divulga??o havia sido adiada duas vezes por impasse dentro do governo. Os políticos queriam mais dinheiro para gastar em obras, e a equipe econ?mica buscava economizar.
A medida deverá ser referendada pelo Congresso e o governo pedirá também para elevar a meta do déficit do ano que vem, fixada inicialmente em R$ 129 bilh?es (cerca de US$ 40,5 bilh?es).
O governo de Michel Temer foi obrigado a deixar de lado suas promessas de responsabilidade fiscal e reequilíbrio das contas públicas, em grande parte, para satisfazer as demandas de aliados no contexto da grave crise política que o país atravessa, provocada por uma série de denúncias de corrup??o contra autoridades, entre elas o próprio presidente da república.
O governo enfrenta dificuldades para cumprir a meta fiscal devido ao fato de que recupera??o da economia brasileira está sendo mais lenta do que o esperado e, em consequência, a arrecada??o tributária foi menor que a prevista.
Para tentar cumprir a meta deste ano, o governo bloqueou parte dos gastos públicos e aumentou alguns impostos, como os que incidem sobre os combustíveis.
Além disso, o governo esperava ter ingressos adicionais este ano, provenientes do programa de repatria??o de ativos no exterior, que acabaram sendo inferiores a 20% das previs?es iniciais.
Nos últimos dias, porta-vozes das agências classificadoras de risco adiantaram a possibilidade de que, com a deteriora??o das contas públicas brasileiras, o 'rating' do país poderia sofrer um novo rebaixamento, depois de ter perdido o chamado "grau de investimento' desde 2015, devido ao forte aumento da dívida pública.