Por Wang Wen
Os países-membros do BRICS têm diferen?as históricas, culturais, ao nível do crescimento econ?mico, das tradi??es sociais, entre outros. Porém, todos s?o economias emergentes com qualidades singulares e com interesses comuns face aos vários problemas que afetam o cenário global atual. Através da aprendizagem e ajuda mútuas, a ascens?o conjunta deste bloco terá a capacidade de facultar benefícios à comunidade internacional.
Em uma reuni?o de think tanks dos países do BRICS realizada há alguns meses, os especialistas participantes estabeleceram uma compara??o entre o sistema do BRICS e o G7, constatando o seu “enorme potencial” e vaticinando um futuro mais brilhante para o primeiro.
Constituído integralmente por membros situados no hemisfério norte, o G7 n?o tem representatividade internacional, n?o compreendendo, por isso, a natureza pluralista das economias emergentes. A sua contribui??o para a governan?a global tem também vindo a decair. Contrastando com esta situa??o, o conjunto dos países do BRICS totalizaram mais de 30% da economia global em 2016, assumindo um contributo de cerca de 60% para o seu crescimento, amplamente superior aos números do G7 a este respeito.
Como um sistema de coopera??o multilateral sem a participa??o de países desenvolvidos ocidentais, o sistema do BRICS desperta a aten??o dos países em desenvolvimento, frequentemente marginalizados no cenário da governan?a global.
Os membros do bloco - China, Rússia, índia, Brasil e áfrica do Sul – persistem na independência e no princípio de n?o interferência em assuntos internos uns dos outros, buscando o desenvolvimento pacífico, e apoiando a posi??o central e o papel indispensável das Na??es Unidas. O bloco intercede por uma nova ordem econ?mica e política internacional mais justa e razoável.
No que concerne à história mundial, a ascens?o coletiva dos países do BRICS representa um novo paradigma face ao modelo de ascens?o vigorante até ent?o entre os países ocidentais. Tal consiste num grande contributo para o desenvolvimento da humanidade.
O G7 foi fundado em 1976. Nos últimos 40 anos, as contradi??es entre os Estados Unidos e os outros seis países nunca cessaram de existir. Desde a reuni?o dos ministros das Rela??es Exteriores do BRICS em 2006, a coopera??o entre os países do bloco BRICS virou um foco importante da governan?a global na última década.
Com especial relevo nos últimos anos, através da constru??o conjunta da reserva de emergência, do estabelecimento do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, da discuss?o da expans?o do BRICS e de novas áreas de coopera??o entre os membros, um novo mecanismo de abertura financeira internacional e de macrocontrolo está se formando.
As divergências e contradi??es que existem entre os países membros do BRICS s?o sobejamente superadas pelos seus interesses comuns, coordena??o estratégica e pela coopera??o de benefício recíproco que ocorre entre eles.
Em setembro deste ano, a Cúpula do BRICS será realizada em Xiamen, na China, durante a qual será decidida a nova agenda de desenvolvimento dos países integrantes para os próximos 10 anos. Acredito que, pela via da coopera??o pragmática, o BRICS contribuirá mais para o desenvolvimento econ?mico mundial e terá um futuro promissor.
(O autor é diretor executivo e professor no Instituto Chongyang para Estudos Financeiros da Universidade Renmin da China.)