Por Mauro Marques
A confian?a depositada em Macau pela lideran?a chinesa enquanto elo de liga??o entre a China e os países lusófonos tem vindo a ser reiterada ao longo dos anos. Mais recentemente, por ocasi?o da última reuni?o ministerial do Fórum Macau, no final do ano passado, o primeiro-ministro Li Keqiang tornou a vincar essa miss?o da Regi?o Administrativa Especial.
Devido à atual conjuntura vigente, fruto da política “um país, dois sistemas”, bem como da heran?a cultural lusa de que disp?e, Macau assume um papel privilegiado no que concerne ao ensino e divulga??o da língua portuguesa no gigante asiático.
Para melhor compreendermos o percurso do ensino da língua de Cam?es no território e os projetos para o futuro, entrevistamos Maria de Lurdes Escaleira, atualmente docente do Instituto Politécnico de Macau (IPM) e radicada na RAEM desde 1987.
O ano da sua chegada coincide com a assinatura da Declara??o Conjunta Sino-Portuguesa Sobre a Quest?o de Macau, na qual fora decretada formalmente uma data para o retorno de Macau à China. é precisamente nesse ano que come?am a ser dados passos contundentes nos setores da educa??o e do ensino da língua portuguesa no território: “Penso que a grande transi??o se deu em 1987, com a chegada de um grande número de professores de vários níveis de ensino”, refere a entrevistada, aludindo à vaga de educadores de infancia, professores do ensino básico e do ensino secundário que rumaram a Macau. Contudo, deixa a ressalva: “Estes professores tinham um ‘sen?o’, pois, geralmente, n?o tinham experiência do ensino de português como língua estrangeira”.
“Inicialmente n?o havia licenciaturas em Estudos Portugueses ou em tradu??o. Existia apenas um curso de tradu??o e interpreta??o português-chinês, mais técnico, ministrado no ambito de um servi?o público. N?o era um curso superior”, salienta.
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