Lisboa, 12 jan (Xinhua) -- A declara??o do governo português de que a atual procuradora-geral da República (PGR) n?o terá seu mandato renovado é tratada como "uma afronta ao presidente", informou a mídia local nesta quarta-feira.
O presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, tentou minimizar a controvérsia, dizendo ao canal SIC News que a quest?o era "inexistente". Entretanto, o jornal Expresso citou uma fonte próxima ao presidente, que disse que ele se sentiu afrontado.
A ministra da Justi?a, Francisca Van Dunem, disse em uma entrevista para a rádio TSF, na ter?a-feira, que a PGR "teve um mandato longo e único". Isso indica que a atual PGR, Joana Marques Vidal, n?o teria seu mandato renovado em outubro, quando seu período de 6 anos se encerra.
A PGR é uma nomea??o presidencial, embora seja feita a partir de uma lista restrita feita pelo governo.
Marques Vidal foi nomeada por Anibal Cavaco Silva, o antecessor de Rebelo de Sousa, tendo sido nomeada pelo governo do centro-direita do Partido Social Democrata (PSD) da época.
O governo do partido socialista de centro-esquerda agora no poder, portanto, é acusado de se apressar a fazer uma consulta política. Mas a disputa vai além de qual gabinete deve liderar o assunto.
Van Dunem, um magistrado, responde de uma perspectiva legal. A leitura de uma emenda de 1997 à Constitui??o é que limita cada nomea??o da PGR a um mandato.
Mas a opini?o dos especialistas jurídicos está dividida sobre o assunto. Acredita-se que Rebelo de Sousa discorda, sobretudo porque, como líder do PSD em 1997, ajudou a elaborar a legisla??o.