Um homem exercita num ginásio da Supermonkey em Shenzhen, província de Guangdong, no sul da China.
A internet está remodelando a indústria fitness, tornando o setor mais acessível, econ?mico e personalizado.
No distrito comercial de Beijing, em Sanlitun, dezenas de ginásios - que se especializam em tudo um pouco, desde spinning, a ioga e até boxe - podem ser encontrados ao longo de um trecho de estrada com apenas dois quarteir?es de comprimento. Entre eles, poucos reparam no ginásio mais especializado de todos - uma academia em forma de cubo, laranja, acessível 24 horas por dia e 7 dias por semana, e quase sem qualquer pessoal de assistência.
O cubo pertence à Supermonkey, uma recente cadeia de ginásios que, através de um aplicativo para celular faz a gest?o de todo o processo – desde a permiss?o para entrada, à marca??o de aulas e avalia??es da condi??o corporal, entre outros -, sendo um exemplo do rumo que o setor poderá tomar na nova era da internet.
"O setor da indústria fitness precisa se tornar mais como o setor do varejo e dar mais liberdade aos seus usuários", disse Liu Shuting, fundador da Supermonkey.
Contudo, a transi??o para um modo offline tem encontrado alguns percal?os. Antes da cria??o dos “mini-ginásios”, várias empresas como a Xiaoxiong Kuaipao Tech Co Ltd tentaram unir-se a ginásios tradicionais - numa experiência que n?o resultou.
Considerando que, atualmente, os usuários est?o em constante movimento e n?o têm tempo ou energia para se deslocar aos ginásios, a Xiaoxiong oferece uma assinatura mensal que permite aos usuários escolher qualquer ginásio que lhes fosse mais conveniente, desde que o mesmo permitisse o uso do aplicativo, até três vezes por mês.
No entanto, este modelo foi rejeitado por muitos ginásios, pois reduzia as taxas de associa??o dos membros, for?ando os empresários da internet a encontrar outra maneira - ou seja, criar os seus próprios ginásios e tornar o negócio em algo semelhante ao varejo.
Atualmente, existem já algumas empresas, incluindo a Xiaoxiong Kuaipao e a Supermonkey, que estabeleceram os seus próprios ginásios - instala??es pequenas, mas bem equipadas, que podem ser operadas com um baixo custo, de modo a permitir obter receitas com a ades?o mensal e taxas de pagamento por cada treino realizado.
Normalmente localizados em áreas comerciais centrais, os ginásios da Supermonkey n?o têm mais do que 50 metros quadrados. O ginásio cobra 50 yuan (7,57 dólares) por cada utiliza??o. As aulas de equipa, com treinadores, têm o custo aproximado de 100 yuan.
Cada mini-ginásio pode ser usado 50 a 60 vezes por dia, resultando em um lucro mensal de cerca de 50.000 yuan, segundo os dados da Supermonkey.
"Estou pensando em come?ar a usar os ginásios da Supermonkey", disse Zhang Xiao, uma jornalista de 25 anos, residente em Shanghai. "A concorrência no setor é realmente feroz. Se temos o azar ao escolher uma academia, podemos ficar com a associa??o invalidada quando a mesma fechar, algo que acontece com frequência".
A Supermonkey n?o exige ades?es anuais, permitindo que Zhang pague um treinador pessoal por cada aula que frequenta, individualmente, explicou.
"Já tive treinadores pessoais anteriormente, o que exigia uma grande quantia de dinheiro, além de ter que comprar 30 aulas de uma só vez", afirmou Zhang. "Quando a academia fechou, eu tive que treinar em outra academia e fazer o mesmo".
"Prefiro dizer que a nossa empresa é uma marca de varejo", disse Liu. "Estamos construindo um estilo de vida mais elegante e, através do método de pagamento a cada utiliza??o, podemos prestar mais aten??o aos comentários dos clientes e otimizar os nossos produtos".
A curto prazo, a Supermonkey objetiva espalhar-se de Shenzhen, onde o negócio come?ou, para Shanghai e Beijing, e aumentar o número de academias para 200 até 2020.