Por Xu Yicong
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, atualmente em visita pela América Latina, alegou que a China é uma “nova potência imperialista” e um “predador” da regi?o, alertando para que os países latino-americanos “n?o dependam demasiado das rela??es comerciais com os chineses”.
De fato, os EUA situam-se no mesmo continente dos países latino-americanos, tendo motivos óbvios para firmar avan?os e a prosperar em comunh?o com estes. Porém, Washington nunca considerou os países-membros da América Latina como parceiros de igualdade, mas como alvos passíveis de ser expropriados e controlados por meio da “Doutrina Monroe”, isolando-os perante a aproxima??o de países terceiros.
A ambi??o e as medidas americanas vêm enfrentando oposi??o e boicotes pelos países da regi?o, que cada vez mais denunciam a suprarreferida doutrina.
Nos últimos anos, os EUA têm sido discretos no seu relacionamento com a AL, alegando o “respeito pela soberania dos países da regi?o”, frisando inclusive o intuito de oferecer um tratamento igualitário aos países latino-americanos.
Esta nova concep??o poderá teoricamente aprimorar as rela??es entre os EUA e a AL. No entanto, o governo de Trump tem vindo a depreciar e caluniar alguns países latino-americanos, relegando para a sombra as rela??es entre ambos os blocos. O discurso de Tillerson vem, portanto, enfatizar uma ambi??o americana de “imperar” sobre a América Latina.
Com a mudan?a de era e do modo de conhecer o mundo, o espetro da Doutrina Monroe dificilmente poderá salvar os Estados Unidos. Rex Tillerson deveria saber que o ato de comprometer as rela??es entre a China e a AL n?o será a chave para resolver os problemas entre os EUA e a AL.
Como é do conhecimento geral, a AL desenvolve rela??es com a China com base em interesses comuns e necessidades mútuas, pautando-se pelos princípios da igualdade, benefício mútuo, abertura e tolerancia. Este enquadramento n?o visa lesar qualquer outro país. Independentemente de quem analise tal coopera??o, garantido que o fa?a sem qualquer impedimento, com certeza irá valorizar e elogiar os la?os China-AL.
Com efeito, os países latino-americanos têm analisado positivamente a coopera??o com a China, repreendendo os discursos de Tillerson, fato de que indica que a AL está consciente da importancia da coopera??o com o país asiático.
As palavras de Tillerson exp?em perante o mundo quem poderá ser considerado um amigo real ou um falso amigo dos países latino-americanos.
Obviamente, toda a comunidade internacional, incluindo a China, irá apoiar os EUA, se as rela??es por si promovidas com os países latino-americanos tiverem por base o respeito, igualdade e a recolha de benefícios mútuos.
(O autor é o ex-embaixador da China em Cuba)