Beijing, 8 fev (Xinhua) -- O investimento chinês no setor de tecnologia dos Estados Unidos poderia trazer mais oportunidades do que amea?as e deve ser considerado da perspectiva correta, de acordo com um fundo de investimento de private equity (PE) dos EUA.
Os elaboradores de políticas podem lamentar o investimento chinês em empresas norte-americanas, mas esses investimentos podem fornecer acesso e acelera??o para as pequenas e médias empresas se posicionarem no maior mercado com crescimento mais rápido no mundo, informou Ray Bingham, cofundador e sócio da Canyon Bridge Capital Partners, um fundo global de PE que se concentra no setor de tecnologia.
O investidor ancora da empresa de PE é da China e a empresa tem escritórios no Vale do Silício e Beijing. Ela entrou em manchetes no ano passado com uma tentativa fracassada de comprar a fabricante de semicondutores dos EUA, a Lattice Semiconductor. O Comitê de Investimentos Estrangeiros dos Estados Unidos (CIEEU) acreditou que o acordo poderia comprometer a seguran?a nacional.
Em janeiro, o governo norte-americano bloqueou a aquisi??o pelo bra?o financeiro do Alibaba para a plataforma de transferência de fundos do EUA, a MoneyGram, e a coopera??o da Huawei com um dos principais provedores de servi?os de telecomunica??o dos EUA por preocupa??es semelhantes.
"Acho que a economia norte-americana percebe a interdependência entre a China e os Estados Unidos em particular, eles entender?o que mercados livres e abertos também significam mercados livres e abertos de capitais. E a capacidade para um fundo de PE, cujo dinheiro vem da China, deve ser vista como algo razoável e construtivo", disse Bingham.
A Canyon Bridge comprou com sucesso a fabricante britanica de processadores gráficos, a Imagination Technologies Group, em novembro do ano passado. Bingham afirmou que a rea??o na Europa foi muito diferente da rea??o em Washington, à medida que os funcionários europeus observaram o investimento como uma boa coisa que poderia fortalecer os empregos e a infraestrutura de tecnologia da Gr?-Bretanha.
"N?o só trazemos dinheiro, como também ajudamos a desenvolver negócios com nossas redes em todo o mundo, para ajudar as empresas a se expandirem em novos mercados", apontou.
Como veterano nos negócios de semicondutores, Bingham ficou impressionado com o crescimento rápido da indústria na China.
"Quando entrou nesse campo, o setor de semicondutor ainda estava no desenvolvimento inicial, e agora há muitas fundi??es de fábricas de chips na China, que est?o produzindo semicondutores muito avan?ados. Ninguém poderia ter visto isso 20 anos atrás", assinalou ele.
A China consome cerca de 40% dos semicondutores do mundo, a maior parte dos quais s?o montados em produtos que s?o ent?o exportados para o Ocidente, segundo Bingham, notando que isso é bom porque for?ar a inova??o em ambos os lados do oceano.
"Permitir os tipos corretos de investimento estrangeiro pode ajudar as empresas ocidentais a se tornarem jogadores neste mercado de explos?o, continuarem competindo e colhendo dividendos do vasto ecossistema de inova??o da China. Mas por fim, depende dos elaboradores de políticas tomar boas decis?es que autorizam um fluxo construtivo de capital e manter o motor econ?mico preparado", acrescentou.