A China anunciou a imposi??o de novas taxas a 128 importa??es provenientes dos EUA, com início hoje, segunda-feira, em resposta às taxas impostas pelos EUA sobre as importa??es de a?o e alumínio, em vigor à uma semana.
A Comiss?o de Taxas Alfandegárias do Conselho de Estado decidiu impor uma taxa de 15% sobre 120 produtos, incluindo frutas dos EUA, e uma taxa de 25% em 8 produtos, como a carne de porco, de acordo com um comunicado publicado no domingo no website do Ministério da Fazenda.
A comiss?o, liderada pelo ministro das Finan?as, Xiao Jie, disse que as tarifas têm como alvo assegurar os interesses da China e equilibrar as perdas causadas ao país pelas novas taxas estadunidenses sobre as importa??es de a?o e alumínio.
Durante um comunicado do Ministério das Finan?as, comentando a decis?o, a China urgiu os EUA a recuar com as medidas protecionistas, que violam as regras da OMC, para normalizar o comércio bilateral de produtos relacionados de volta ao normal.
Os EUA come?aram a impor uma taxa de 25% sobre as importa??es de a?o e 10% nas de alumínio a 23 de mar?o, sob a Sec??o 232 do Ato de Expans?o Comercial dos EUA de 1962, no qual as importa??es estrangeiras alegadamente representam uma amea?a à seguran?a nacional.
A a??o, anunciada a 1 de mar?o, despoletou uma forte resposta por parte dos parceiros comerciais dos EUA, que garantiram uma retalia??o. As novas tarifas levantaram preocupa??es que os consumidores e empresas estadunidenses que usam o a?o e o alumínio como matérias-primas sejam lesados pelo aumento dos custos.
A campanha sem fins lucrativos “Farmers for Free Trade”, liderada por Max Baucus, ex-senador democrata do estado do Montana, e por Richard Lugar, ex-senador republicano do Indiana, ambos fizeram passar anúncios nas principais redes televisivas norte-americanas, advertindo Trump para os efeitos adversos das taxas nos agricultores americanos, muitos dos quais votaram em Trump nas elei??es presidenciais de 2016.
Economistas e especialistas de comércio expressaram que esta medida poderá alavancar medidas semelhantes por parte de outros países, usando o pretexto da seguran?a nacional para justificar medidas protecionistas semelhantes.
Dan Ikenson, diretor do centro para estudos de políticas comerciais do Cato Institute, comparou o protecionismo de Trump, justificado pela seguran?a nacional, com a abertura de uma caixa de Pandora. “A durabilidade das regras baseadas num sistema comercial será testada como nunca antes, com a seguran?a econ?mica global na corda bamba”, disse.
Os principais exportadores de a?o e alumínio para os EUA: Canadá, México, Uni?o Europeia, Coreia do Sul, Austrália, Brasil e Argentina, est?o excluídos desta taxa, por enquanto. N?o incluída nos 10 principais exportadores de a?o para os EUA, a China n?o está isenta.
A China anunciou primeiramente, a 23 de mar?o, a lista dos 128 produtos dos EUA, no valor de 3 bilh?es de dólares, que estar?o sujeitos às novas taxas, após um período de discuss?o pública.
As tens?es sino-estadunidenses escalaram dramaticamente nos últimos tempos, após as taxas da Sec??o 232 e a assinatura de um memorando presidencial por Donald Trump, a 22 de mar?o.
O memorando prevê a imposi??o de tarifas a até 50 bilh?es de dólares de importa??es da China, bem como restri??es ao investimento chinês nos EUA, de acordo com a Sec??o 301 da investiga??o do Ato Comercial dos EUA de 1974, sobre as políticas e práticas de propriedade intelectual da China.
A China apelou à resolu??o das disputas econ?micas e comerciais através do diálogo e de negocia??es. Contudo, deixou a garantia que iria tomar medidas retaliatórias para defender os seus direitos e interesses legítimos.
Os receios de uma guerra comercial foram contidos nos últimos dias, após ambas as partes expressarem a disponibilidade para negociar. O representante comercial dos EUA, Bob Lighthizer, disse na semana passada estar “esperan?ado” de que ambas as partes encontrem uma solu??o para evitar as tarifas da Sec??o 301.
Adam Posen, presidente do Instituto Peterson para a Economia Internacional, disse que uma guerra comercial despoletada pelas últimas taxas de Trump, poderiam provar a sua “economia Afeganist?o – cara, ilimitada, infrutífera”.